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( Publicada originalmente às 19h 20 do dia 11/02/2025)
(Brasília-DF, 12/02/2025) Nesta terça-feira,11, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após lançar um plano de tomar posse e reconstruir Gaza, frente as tensões no acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, comentou que o cessar-fogo deve ser cancelado se os reféns mantidos pelo Hamas não forem libertados até o meio dia do próximo sábado,15,
"O inferno vai explodir", disse o presidente americano a repórteres nesta terça-feira ,11. "O Hamas descobrirá o que quero dizer."
No último sábado ,8, o Hamas libertou três reféns israelenses de Gaza, e Israel libertou 183 prisioneiros palestinos, como parte do acordo.
O governo de Israel, no entanto, chamou a atenção para o estado dos prisioneiros, muito magros, abatidos e "famintos", segundo disse o presidente israelense, Isaac Herzog.
A próxima libertação de reféns estava marcada para o próximo sábado, com outros três israelenses sendo entregues, mas o Hamas surpreendeu enviando uma mensagem pelo Telegram, na segunda-feira, avisando que suspenderia a libertação de mais reféns israelenses "até novo aviso".
O Hamas justificou a suspensão acusando Israel de "atrasar o retorno de pessoas deslocadas ao norte de Gaza", "atingindo-as com bombardeios e tiros em várias áreas da Faixa" e de violar o acordo sobre suprimentos de ajuda.
Em resposta, Israel acusou o Hamas de uma "violação completa do acordo de cessar-fogo e do acordo para libertar os reféns".
O repórter da BBC Wyre Davies escreveu, de Jerusalém, que o anúncio do Hamas, embora não tenha feito referência a Trump, pode ter sido uma forma de responder às propostas controversas do presidente americano para o futuro de Gaza.
Israel
Nesta terça-feira, após a escalada das tensões, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, endureceu o discurso e endossou Trump, afirmando "indignação com a situação chocante" dos três reféns libertados no sábado.
"Todos nós também acolhemos a demanda do presidente Trump pela libertação de nossos reféns até o meio-dia de sábado, e todos nós também acolhemos a visão revolucionária do presidente para o futuro de Gaza", afirmou Netanyahu.
"A decisão que aprovei por unanimidade no gabinete é esta: se o Hamas não devolver nossos reféns até o meio-dia de sábado, o cessar-fogo será encerrado, e as IDF [Forças de Defesa de Israel, nas siglas em inglês] retornarão à luta intensa até que o Hamas seja finalmente derrotado."
Na semana passada, em uma entrevista conjunta com Netanyahu na Casa Branca, Trump sugeriu que seu país poderia "assumir" a Faixa de Gaza e reerguer o território palestino até ele se tornar a "Riviera do Oriente Médio".
O americano afirmou que vislumbra a suposta tomada do território pelos EUA como uma ocupação a "longo prazo".
"Possuir aquele pedaço de terra, desenvolvê-lo, criar milhares de empregos. Vai ser realmente magnífico", afirmou Trump.
Ele sugeriu também que os palestinos poderiam ser levados para fora de Gaza enquanto o território fosse restabelecido, indicando o Egito e Jordânia como possíveis destinos.
A proposta foi recebida com indignação e repúdio por líderes palestinos e países árabes em geral.
Netanyahu afirmou, por sua vez, que os planos de Trump são uma ideia "que vale a pena se prestar atenção".
"Acho que é algo que poderia mudar a história."
( da redação com BBC. Edição: Política Real)