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( Publicada originalmente às 18 h 00 do dia 31/10/2024)
Por BBC
(Brasília-DF, 01/11/2024) Nesta quinta-feira, 31, o Tribunal do Júri da cidade do Rio Janiero condenou o os réus confessos Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz pelo assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes,
Lessa foi condenado a 78 anos, 9 meses e 30 dias de prisão, e Queiroz, a 59 anos, 8 meses e 10 dias.
No julgamento, que durou dois dias eles também foram condenados a pagar R$ 706 mil de indenização às famílias de Marielle e Anderson, mortos em março de 2018.
Marielle era vereadora no Rio e Anderson, motorista do carro que foi alvejado por tiros no Centro do Rio.
"A sentença não serve para tranquilizar as vítimas que são os familiares. Homicídio é um crime traumatizante. A pessoa que é assassinada deixa um vácuo que palavra nenhuma descreve. Toda a minha solidariedade, do Poder Judiciário, às vítimas", disse a juíza Lúcia Glioche ao ler a sentença.
Durante os dois dias, houve depoimentos emocionados de familiares das vítimas, como a mãe de Marielle, Marinete Silva; a viúva de Marielle, Mônica Benício; e a viúva do motorista Anderson Gomes, Ágatha Arnaus.
Fazendo o papel da acusação, o Ministério Público do Rio (MPRJ) trouxe como testemunha também a jornalista Fernanda Chaves, que era assessora de Marielle e estava no carro quando ele foi atacado.
Após a sentença, a família de Marielle Franco falou com a imprensa.
Irmã da vereadora morta e ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco disse que a decisão desta quinta-feira foi o "pedaço de uma resposta" ao crime e que "a Justiça começou a ser feita".
"O maior legado da Marielle, que ela deixa para esse país, é a prova de que mulheres, pessoas negras e faveladas, quando chegam nos seus postos, merecem permanecer vivas", declarou Anielle Franco.
"Enquanto estiver sangue correndo nas nossas veias, enquanto nós estivermos vivos e vivas, a gente vai defender o legado, a memória de Marielle e Anderson."
Ambos réus fizeram delações premiadas. Eles estão presos e participaram do julgamento por vídeoconferência — Lessa está no Complexo Penitenciário de Tremembé, no Estado de São Paulo, e Queiroz, no Complexo da Papuda, no Distrito Federal.
Em março, a Polícia Federal apontou como mandantes do assassinato os irmãos Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE); e Chiquinho Brazão, deputado federal (sem partido-RJ).
Os irmãos estão presos desde então e são réus em uma ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF), já que Chiquinho Brazão é parlamentar e tem foro privilegiado. Os dois negam reiteradamente envolvimento com as mortes.
Corre na Câmara dos Deputados um processo que pede a cassação do mandato de Chiquinho Brazão por conta dessas acusações. Após decisão favorável do Conselho de Ética à perda do mandato, o caso aguarda votação no plenário da casa.
( da redação com BBC. Edição: Política Real)