Versão para impressão

Clique aqui para imprimir

Assassinos confessos de Marielle Franco e Anderson Gomes; Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram condenadores, respectivamente a mais de 78 anos e a mais de 59 anos
01/11/2024 06h55
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

( Publicada originalmente às 18 h 00 do dia 31/10/2024) 

Por BBC

(Brasília-DF, 01/11/2024)  Nesta quinta-feira, 31, o Tribunal do Júri da cidade do Rio Janiero condenou o os réus confessos Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz pelo assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes,

Lessa foi condenado a 78 anos, 9 meses e 30 dias de prisão, e Queiroz, a 59 anos, 8 meses e 10 dias.

No julgamento, que durou dois dias eles também foram condenados a pagar R$ 706 mil de indenização às famílias de Marielle e Anderson, mortos em março de 2018.

Marielle era vereadora no Rio e Anderson, motorista do carro que foi alvejado por tiros no Centro do Rio.

"A sentença não serve para tranquilizar as vítimas que são os familiares. Homicídio é um crime traumatizante. A pessoa que é assassinada deixa um vácuo que palavra nenhuma descreve. Toda a minha solidariedade, do Poder Judiciário, às vítimas", disse a juíza Lúcia Glioche ao ler a sentença.

Durante os dois dias, houve depoimentos emocionados de familiares das vítimas, como a mãe de Marielle, Marinete Silva; a viúva de Marielle, Mônica Benício; e a viúva do motorista Anderson Gomes, Ágatha Arnaus.

Fazendo o papel da acusação, o Ministério Público do Rio (MPRJ) trouxe como testemunha também a jornalista Fernanda Chaves, que era assessora de Marielle e estava no carro quando ele foi atacado.

Após a sentença, a família de Marielle Franco falou com a imprensa.

Irmã da vereadora morta e ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco disse que a decisão desta quinta-feira foi o "pedaço de uma resposta" ao crime e que "a Justiça começou a ser feita".

"O maior legado da Marielle, que ela deixa para esse país, é a prova de que mulheres, pessoas negras e faveladas, quando chegam nos seus postos, merecem permanecer vivas", declarou Anielle Franco.

"Enquanto estiver sangue correndo nas nossas veias, enquanto nós estivermos vivos e vivas, a gente vai defender o legado, a memória de Marielle e Anderson."

Ambos réus fizeram delações premiadas. Eles estão presos e participaram do julgamento por vídeoconferência — Lessa está no Complexo Penitenciário de Tremembé, no Estado de São Paulo, e Queiroz, no Complexo da Papuda, no Distrito Federal.

Em março, a Polícia Federal apontou como mandantes do assassinato os irmãos Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE); e Chiquinho Brazão, deputado federal (sem partido-RJ).

Os irmãos estão presos desde então e são réus em uma ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF), já que Chiquinho Brazão é parlamentar e tem foro privilegiado. Os dois negam reiteradamente envolvimento com as mortes.

Corre na Câmara dos Deputados um processo que pede a cassação do mandato de Chiquinho Brazão por conta dessas acusações. Após decisão favorável do Conselho de Ética à perda do mandato, o caso aguarda votação no plenário da casa.

( da redação com BBC. Edição: Política Real)



Link da notícia
http://politicareal.com.br/noticias/tempo-real/600919/assassinos-confessos-de-marielle-franco-e-anderson-gomes-ronnie-lessa-e-elcio-de-queiroz-foram-condenadores-respectivamente-a-mais-de-78-anos-e-a-mais-de-59-anos