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( Publicada originalmente às 15h 00 do dia 04/06/2024)
Com agências.
(Brasília-DF, 05/06/2024) Na manhã desta terça-feira, 04, o IBGE divulgou o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre do ano de 2024 apontando que o índice chegou a 0,8% confirma as previsões de lenta retomada da economia brasileira — e o coloca em linha com diversas economias internacionais.
Em comparação com os demais países do G20 (as 20 maiores economias do planeta), o Brasil teve crescimento superior ao dos países europeus e dos Estados Unidos, mas segue atrás de emergentes como Turquia, China e Índia.
A economia mundial está vivendo um momento de crescimentos desiguais, segundo analistas e entidades internacionais — com alguns países se recuperando mais rapidamente do que outros dos choques econômicos desta década.
Depois dos anos da pandemia de covid e o choque inflacionário que se seguiu a ela (dois fenômenos que foram sentidos em praticamente todos os lugares do planeta), os países estão agora em diferentes momentos da sua trajetória de recuperação.
Os números indicam que o Brasil ainda vive um momento de recuperação — mas com previsões de crescimento mais modestas do que as realizadas nos últimos anos.
Em 2020, o PIB brasileiro contraiu 3,3%, e nos anos seguintes houve recuperação em todos os anos: 5% (2021), 3% (2022) e 2,9% (2023).
Para este ano e para 2025, o governo, o mercado e entidades internacionais projetam uma taxa anual de crescimento em torno de 2%.
“Impulsionadas pelo crescimento robusto do emprego, pelos aumentos do salário mínimo e pela diminuição da inflação, espera-se que o consumo das famílias seja o principal motor do crescimento, especialmente em 2024”, afirma em um relatório recente a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) sobre suas expectativas em relação ao Brasil.
Crescimento desigual: os líderes
Os três países que registraram as taxas de crescimento mais robustas este ano foram a Turquia, a China e a Índia até agora.
A economia turca cresceu 1,6% no primeiro trimestre deste ano. Mas a Turquia está ainda no meio do seu ciclo de aumento de juros, já que o país enfrenta uma das maiores taxas de inflação do mundo – de 75% por ano.
Uma das surpresas desse ano, segundo o FMI, tem sido a economia da China. Na semana passada, o Fundo revisou a previsão de crescimento em 2024 para 5% — 0,4% a mais do que o projetado anteriormente.
O país vinha sofrendo desaceleração devido a uma crise no mercado imobiliário doméstico. Recentes medidas do governo contra essa crise ajudaram a reverter as expectativas dos economistas.
Outra economia com crescimento robusto é a Índia — uma tendência que já dura décadas. Com exceção dos anos da pandemia, a economia indiana registra crescimentos anuais acima de 5% há 14 anos.
O governo da Índia divulgou apenas dados anualizados (e não em comparação ao trimestre anterior) deste primeiro trimestre de 2024 que indicam um crescimento de 7,8% nos últimos 12 meses. Economistas dizem que o resultado surpreendeu positivamente e as perspectivas para o país são boas.
Analistas preveem que o crescimento econômico vai se sustentar ao longo do ano e que o primeiro-ministro, Narendra Modi, — favorito para vencer as eleições que estão tendo seus votos contados nesta semana — terá US$ 25 bilhões em superávits para gastar em investimentos governamentais.
( da redação com BBC. Edição: Genésio Araújo Jr.)