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Katalin Novak, primeira mulher presidente da Hungria, anuncia renúncia do cargo
12/02/2024 06h35
Foto: Gospel

( Publicada originalmente às 18h 00 do dia 10/02/2024) 

Da redação com agências

(Brasília-DF, 11/02/2024). Neste sábado, 10, a presidente da Hungria, Katalin Novak, anunciou sua renúncia em discurso em rede nacional. Ela estava sob enorme pressão por ter concedido um perdão presidencial a um homem condenado por acobertar abusos sexuais cometidos em um abrigo infantil.

"Eu errei", disse Novak, a primeira mulher a assumir a Presidência húngara, em seu pronunciamento. "Hoje é o último dia em que me dirijo a vocês como presidente." A política de 46 anos é aliada do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, e membro de seu partido, o ultradireitista Fidesz.

Novak vinha sendo pressionada pela opinião pública e pelos partidos de oposição desde o perdão presidencial ter se tornado público, em 2 de fevereiro.

O agraciado pelo benefício era um ex-diretor de um abrigo para menores que ajudou a encobrir abusos sexuais cometidos por seu superior a crianças e adolescentes.

Dezenas de pessoas receberam o perdão presidencial em abril do ano passado, pouco antes da visita do papa Francisco a Hungria. O benefício, a princípio, pode permitir que o condenado volte a assumir sua profissão anterior como professor de educação física.

"Cometi um erro"

"Decidi conceder o perdão em abril passado por acreditar que o condenado não abusou da vulnerabilidade das crianças que ele supervisava", disse Novak neste sábado. "Cometi um erro, uma vez que o perdão e a falta de raciocínio permitiram lançar dúvidas sobre a tolerância zero que deve se aplicar à pedofilia."

Antes de ser presidente, ela foi ministra das Famílias no governo de Orban. Para tentar diminuir a revolta em torno do caso, o primeiro-ministro enviou uma emenda constitucional ao Parlamento na última quinta-feira que torna impossível a concessão de perdão presidencial a condenados por crimes contra crianças.

A Presidência e chefia de Estado da Hungria exercem papéis majoritariamente cerimoniais, com o poder real ficando nas mãos do primeiro-ministro. Mas, ao contrário de outros regimes parlamentaristas, os presidentes húngaros têm poder de veto sobre novas legislações e podem ordenar a revisão das leis à Corte Constitucional.

Com a renúncia de Novak, o presidente da Assembleia Nacional (Parlamento), Laszlo Kover, assumirá a Presidência húngara interinamente.

( da redação com DW, AFP, Reuters. Edição: Genésio Araújo Jr. )

 

 



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