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RENDA BRASIL X BOLSA FAMÍLIA: Ênio Verri, líder petista, afirma que desistência de Bolsonaro fortalece robustez do programa lançado na gestão Lula
16/09/2020 08h21
Foto: Montagem Política Real

( Publicada orginalmente às 19h 00 do dia 15/09/2020) 

(Brasília-DF, 16/09/2.020) O líder do PT, Ênio Verri (PR), afirmou nesta terça-feira, 15, que a desistência do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) de lançar o programa Renda Brasil no lugar do Bolsa Família, ampliando o valor do benefício e os brasileiros que podem recebê-lo, fortalece a robustez do programa de assistência social lançado na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2.004.

De acordo com Verri, a “desistência anunciada pelo presidente Bolsonaro à Renda Brasil, dizendo que até 2.022 este tema não volta e ficará o Bolsa Família mostra duas coisas que julgo muito importantes”. “Primeiro, é que o Bolsa Família é um projeto que tem toda uma fundamentação científica, com dados estatísticos, tudo acertado no CadÚnico [Cadastro Único do governo federal] e, portanto, é muito difícil substituí-lo. E não é algo eleitoral”, comentou.

“Segundo, é que [essa] é mais uma contradição do [presidente] Bolsonaro. Assim como foi na isenção de tributos para as igrejas. Ele faz isso, agora. Na verdade, Bolsonaro não está preocupado, ao contrário do que ele diz, com equilíbrio fiscal. Ele está preocupado com a sua reeleição. E a medida que o Renda Brasil distribuía miséria, porque retirava alguns outros benefícios assistenciais para dar um nome diferente [do Bolsa Família] e construir um outro benefício, que nem seria melhor do que o que existe, ele optou por não mexer com isso nesse momento”, avaliou.

Guedes x Bolsonaro

Na oportunidade, o petista falou ainda que a iniciativa do atual presidente brasileiro em adiar para 2.022 a criação do Renda Brasil em substituição ao Bolsa Família provoca um conflito com o grupo ligado ao ministro da Economia, Paulo Guedes. Já o líder do Cidadania, deputado Arnado Jardim (SP), criticou a condução da equipe econômica ao processo que criaria o Renda Brasil. Segundo o parlamentar paulista, o “staff de Guedes” está se especializando em criar “balões de ensaios” e em desestabilizar o governo.

“É claro que isso cria uma crise interna ao grupo ligado ao Guedes e fiscalistas, mas ao mesmo tempo, faz com que ele [Bolsonaro] fique mais feliz porque mantém alto a sua aprovação e facilita, segundo a opinião de Bolsonaro à sua reeleição. Isso leva a uma crise interna dos grupos que disputam o conceito de economia do governo e enfraquece ainda mais o governo. Ao mesmo tempo que fortalece o governo do PT, provando que de fato o Bolsa Família é um projeto bem-sucedido e muito bem elaborado e que tem condições de avançar. Por isso a nossa defesa por mais Bolsa Família e que se amplie ainda mais o que nós já construímos nos 13 anos do governo do Partido dos Trabalhadores”, complementou o líder petista.

“Uma equipe [econômica] que deveria ter estabilidade e equilíbrio, produz o contrário. Antes, o ministro dizia que o Renda Brasil precisava da CPMF. Depois, afirmou que o programa seria irrealizável. E agora falar em sacar das aposentadorias o recurso para este fim. Soltar balaios de ensaios cria instabilidade. É uma equipe que não entrega resultados. O ministério da Economia alega que está cuidando de tudo, mas não entrega nada. O Executivo ainda não levou ao conhecimento do Congresso os demais projetos sobre a reforma. Defendemos menos instabilidade e mais ação do senhor Paulo Guedes”, completou o líder do Cidadania, Arnaldo Jardim.

(por Humberto Azevedo, especial para a Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)

 

 



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