(Brasília-DF, 07/08/2020) A revista “Crusoé” publicou em sua edição desta sexta-feira, 7, a partir da quebra dos sigilo bancário do ex-polícial militar e ex-assessor do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, junto com sua mulher Márcia Aguiar, depositaram R$ 89.000,00 (oitenta e nove mil) na conta da primeira dama Michelle Bolsonaro entre os anos de 2011 e 2016.

Entre outubro de 2011 e abril de 2013, Fabrício Queióz repassou R$ 36 mil à primeira-dama em 12 cheques de R$ 3.000. De abril a dezembro de 2016, Queiroz depositou mais R$ 36 mil em nove cheques de R$ 4.000. A mulher de Queiróz, Márcia Aguiar depositou de janeiro a junho de 2011 o valor de R$ 17 mil na conta de Micheel Bolsonao, sendo cinco cheques de R$ 3.000 e um de R$ 2.000.

A revista destaca que essa nova revelação coloca em dúvida a informação dada pelo Presidente Jair Bolsonaro quando explodiu o caso. Bolsonaro disse que na verdade Fabrício Queiróz teria pago R$ 40 mil de um empréstimo que foi feito junto ao hoje presidente da República. Ainda no ano passado se sabia de repasse de R$ 24 mil feito por Queiróz feito na conta de Michelle Bolsonaro.

Bolsonaro assim se manifestou à época:

“O caso Queiroz, eu conheço o Queiroz desde 1984, no 8º Grupo de Campanha Paraquedista. Foi para a Polícia Militar. Depois de 1 tempo fizemos amizade. Veio trabalhar comigo e com meu filho. O que porventura ele faz, ele responde pelos seus atos. Não foi por uma, foi por duas vezes que o Queiroz teve dívidas comigo. Me pagou em cheques. E não veio para a minha conta porque simplesmente esses cheques eu deixei no Rio de Janeiro.

Se não estaria na minha conta. E não foram R$ 24.000, foram R$ 40.000. Não é porque uma pessoa, porventura, faz algo de errado e estaca ao nosso lado que você tem que ser responsabilizado e o tempo todo cobrado por isso.”, disse.

Revelações

As revelações da revista “Crusoé”, natualmente, geram muita tensão em momento que o Presidente Jair Bolsonaro buscava se afastar ao máximo de problemas que o enfraquecessem politicamente. Desde a prisão de Fábrício Queiróz, em 18 de junho,  presidente evitava entrevistas. O senador Flávio Bolsonaro( Republicanos-RJ), que é considerado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro como chefe do esquema das “rachadinhas” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro que tinha como principal operador o ex-PM Fabrício Queiróz  busca agora o afastamento dos membros do MPRJ que investigam o caso. 

Nesta sexta-feira, 7, já se viu movimentações jurídicas para apurar mais o caso, mas no âmbito do Supremo Tribunal Federal(STF), mas envolvendo o Presidente Jair Bolsonaro. Chegou às redação a petição de um advogado de Santa Catarina querendo que se abra inquérito na Suprema Corte para apurar o caso. Veja:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO STF,

RICARDO BRETANHA SCHMIDT, advogado, inscrito na OAB/SC sob o no 33.356, com endereço profissional na Rua Padre Antônio Vieira, no 630, Bairro Saguaçu, Joinville/SC, CEP 89.221-265, com acatamento, vem, à presença de Vossa Excelência, apresentar

PEDIDO DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO

Em face de JAIR MESSIAS BOLSONARO, brasileiro, casado, político, exercendo o cargo de Presidente da República, residente no Palácio do Alvorada, situado na Zona Cívico Administrativa, em Brasília/DF, pela prática do fato narrado a seguir, tido por delituoso:

1 - DOS FATOS

No dia de hoje (07/08/2020), matérias jornalísticas trataram de depósitos efetuados por Fabricio Queiroz, investigado pela prática do crime de peculato, a popular “rachadinha”,na conta da sra.Michelle Firmo Bolsonaro

Apesar de terem sido efetuados na conta da primeira dama, bem como ocorridos entre os anos de 2011 e 2016, os fatos relatados pela imprensa são extremamente graves,razão pela qual devem ser objeto de apuração pelo MP.

Assim, o ora noticiante, por entender estarem presentes indícios de materialidade e autoria, requer seja a presente petição enviada ao Procurador Geral da República, a fim de que se manifeste acerca da possibilidade de apuração.

2 - DOS REQUERIMENTOS

Em face do acima exposto, o noticiante requer que:

a) seja distribuída a presente notícia-crime;

b) haja o encaminhamento da peça ao eminente PGR,

para que se manifeste acerca da instauração de investigação criminal. Nestes Termos,

Pede Deferimento.

De Joinville/SC – residência - para Brasília/DF,em 07 de agosto de 2020.

Ricardo Bretanha Schmidt

OAB/SC 33.356

( da redação com informações de assessoria. Edição: Genésio Araújo Jr)