Por Genésio Araújo Jr.

(Brasília-DF, 21/03/2020) O Presidente Jair Bolsonaro completa 65 anos neste 21 de março de 2020. Se existe o chamado inferno astral parece evidente que o senhor chefe de goveno e Estado do Brasil completa seu segundo aniversário na Presidência, muito provavelmente, vivendo seu pior momento à frente da República. Em verdade, não seria só ele, qualquer presidente da República vivendo a maior calamidade que se tem notícia de saúde pública, e por conseguinte com amplas implicações na sociedade e na economia, notadamente, estaria enfrentando grandes desafios.

Bolsonaro reconheceu nessa véspera de seu aniversário, sexta-feira,20, que está perdendo o controle da situação. 

"Estão tomando medidas, no meu entender, exageradas. Fecharam o aeroporto do Rio de Janeiro. Não compete a ele, meu Deus do céu! A Anac está à disposição, é uma agência autônoma que está aberta para todo mundo, para conversas. Eu vi, ontem, um decreto do governador do Rio que, confesso, fiquei preocupado. Parece que o Rio de Janeiro é um outro país. Não é outro país. Você tem uma federação", disse o presidente.

A crise na relação com os governadores é séria. Antes, Bolsonaro reclamada e convocou manifestação contra os poderes, Legislativo e Judiciário, apesar de negar de pés juntos. Agora, os governadores mesmo a Federação brasileira não sendo muito rígida, tomam conta e montam “quase quarentenas” em seus estados. O que Bolsonaro vai fazer? Pedir manifestação contra os governadores?

O governador de São Paulo, João Dória, que tem sido o destaque neste momento no enfretamento do novo coronavirus, disse que os governadores estavam fazendo o que ele não fazia.

"Estamos fazendo o que ele (Bolsonaro) não faz, que é liderar processos, liderar a luta contra o coronavírus, não minimizar processos. Compreender a importância do respaldo da informação científica e da área da medicina e estabelecer diálogo e entendimento com prefeitos e governadores", disse Dória.

Na noite de ontem, 20, os governadores do Nordeste, se antecipando ao Presidente Bolsonaro que diz que poderia pedir apoio a China, que o filho deputado Eduardo Bolsonaro(PSL-SP) criticou divulgando “Fake News” – tomaram a iniciativa de encaminhar documento pedindo apoio dos chineses, eles que estão conseguindo sucesso contra a pandemia.

Festa

Durante a semana, numa entevista a “Super Rádio Tupy”, o Presidente Jair Bolsonaro disse que iria dar uma “festa” no Alvorada por conta de seu aniversário, quando falava que havia histeria com o novo coronavirus. Desde aquela terça-feira,17, o presidente Bolsonaro começou a mudar sobre o novo coronavirus.   Na quarta-feira, 18, um deputado de oposição, Jorge Solla(PT-BA), pediu à Justiça Federal que impedisse que o presidente fizesse festa.

“O fato do réu ser o presidente da República, só torna mais grave o seu dever de cuidado para com a comunidade, do qual não é dado a ninguém se escusar, muito menos ao chefe do Poder Executivo. Sob este estão estão sendo emitidas as necessárias normas de contenção sanitária”, escreveu o parlamentar na ação.

Ele falava que o Presidente fazia um desafio a diversas normas.

“Percebe-se que há um descumprimento de normas de segurança, sanitárias, administrativas e criminais pelo presidente da República, o que não pode passar despercebido, tampouco esquecido, devendo este se adequar a todas as orientações médicas exaradas pelo Ministério da Saúde em prol da saúde coletiva de todo os cidadãos brasileiros”, complementou Solla em seu pedido à Justiça Federal.

Nunca na história do Brasil, para lembrar bordão de ex-presidente da República, um inquilino do Palácio do Alvorada correu o risco de ser proibido de fazer festa de aniversário.

Redenção

O Presidente Jair Bolsonaro na véspera de seu aniversário, 20, nessa sexta-feira, chegou a falar publicamente, dar entrevistas por três oportunidades à Imprensa, que ele tanta critica. Redes sociais de tradicionais apoiadores fizeram críticas a postura do Presidente desde domingo,15.  

O Presidente Jair Bolsonaro certamente terá que comandar um país que viverá uma recessão econômica depois de três anos crescendo pouco mais de 1%.  A última presidente que enfrentou dois anos seguidos de recessão acabou perdendo o posto.

Bolsonaro tem pela frente um quadro de inquestionável imprevisibilidade e tem que reduzir ao máximo o tamanho dessa mesma imprevisibilidade. Ele tem dado mostras, ainda lentas e pendulares, de que tentará fazê-lo. Bolsonaro tem a missão pessoal de evitar de poder e institucional de unir esforços. Se conseguir tal feito poderá, certamente, segundo vários analistas ouvidos pela Política Real, sair fortalecido da crise, que, certamente virá.

( GAJr é coordenador editor da Política Real)