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( Publicada originalmente às 15h 57 do dia 06/10/2016)
Por Gil Maranhão
Agência Política Real
(Brasília-DF, 07/10/2016) Se estivesse vivo, Ulysses Guimarães – que presidiu a Assembleia Nacional Constituinte, que construiu a atual Constituição Brasileira, promulgou no dia 5 em outubro de 1988 - estaria completando nesta quinta-feira, 06 de outubro, 100 anos.
Para celebrar o centenário de nascimento desse brasileiro que foi conduziu o processo de redemocratização do Brasil, teve 11 mandatos de deputado federal e foi conhecido como o “Senhor das diretas” – por estar à frente da campanha pela Diretas-Já, a Câmara dos Deputados, cujo Plenário leva o seu nome, decidiu realizar uma Sessão Solene – em que foram convidados familiares, amigos e parceiros de Ulysses.
As comemorações incluem, ainda, a exposição fotográfica “Ulysses - 100 Anos”, com registros do fotógrafo Orlando Brito ao longo de mais de 30 anos e frases famosas de Ulysses sobre democracia e liberdade, no corredor de acesso ao Salão Verde; o lançamento de um selo comemorativo elaborado pelos Correios; um documentário produzido pela TV Câmara, dirigido pelo jornalista Roberto Seabra; e lançamento do livro “Ulisses Guimarães” da série Perfil Parlamentar, assinada pelo jornalista Luiz Gutemberg (Edições Câmara).
Ao meio à solenidade, o filho de Ulysses Guimarães, Tito Enrique da Silva Neto, de 70 anos, conversou com o jornalista Gil Maranhão, da Agência de Notícias Política Real, após autografar e presenteá-lo com o um livro que retrata um pouco a história do seu pai.
AGÊNCIA POLÍTICA REAL - Tito, como o senhor se sente vindo ao Congresso Nacional, que praticamente é cara do seu pai, Ulysses Guimarães? Como o senhor ver essa homenagem da Câmara Federal aos 100 anos dele?
Eu fico impressionado que depois de tantos anos da morte...O Brasil não tem muito essa prática de você cultuar as pessoas falecidas 24 anos da morte e 100 anos de nascimento. E eu não me interessei tanto, de toda hora, tantos amigos fazendo homenagens. Mas a trajetória dele é importante para isso. Acho que tem muito gente amiga, aqui, que sempre lembre, que sempre procura me lembrar e trazer a memoria dele viva para gente. Acho importantíssimo.
AGÊNCIA POLÍTICA REAL - A Constituição brasileira que seu pai fez, ajudou a construir, se tivesse alguma coisa que alterar, de mudar, o que o senhor acharia que deveria ser feito?
Ela (a Constituição) mesmo, ele (Ulysses) falou no discurso no dia em que a promulgou, que ela é imperfeita. Estava previsto lá a revisão. Tem muita coisas que ficaram imperfeitas porque tinham que terminar. Teve que andar rápido. E essa imperfeição tinha que ser corrigida. Não foi corrigida. Ela, na minha opinião, eu não sou autoridade, para julgar, mas na opinião do grandes constitucionalistas, dos juristas e juízes do Supremo, é uma Constituição muito humana. Como eles chamam de Constituição Cidadã, pensando no povo, em que isso trouxe muitos benefícios para o andamento legal da Pátria.
AGÊNCIA POLÍTICA REAL - Que análise do senhor faz do governo que o País vive?
Ah não, hoje é um dia festa (risos).
OUTUBRO E ULYSSES
A relação do mês de outubro com Ulysses Silveira Guimarães é curiosa. Ele nasceu no dia 06 de outubro de 19 16, em Itirapira / Angra dos Reis, suk do estado do Rio de Janeiro.
Advogado e opositor ferrenho à ditadura militar, presidente da Câmara dos Deputados por duas ocasiões distintas e ainda candidato à Presidência da República na eleição de 1989, Ulysses morreu no dia 12 de outubro de 1992, de um acidente aéreo de helicóptero no litoral de Angra dos Reis. Seu corpo nunca foi encontrado.
Foi em outubro também (5 em outubro de 1988) que foi promulgada a nova Constituição Brasileira por Ulysses Guimarães, na época presidente da Assembleia Nacional Constituinte.
(Por Gil Maranhão – Agência de Notícias Política Real. Edição: Genésio Jr.)