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(Brasília-DF, 14/06/2025) Neste sábado, 14, o Irã bombardeou com mísseis Israel, matando pelo menos três pessoas e ferindo dezenas, após a ofensiva israelense contra o coração do programa nuclear do país persa e suas forças armadas.
Apesar de a retaliação iraniana ter causado danos em centros urbanos, como Tel Aviv, a maioria dos mísseis e drones disparados contra Israel está sendo interceptada antes de atingir seus alvos.
O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, alertou o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, que "Teerã vai pegar fogo" se continuar disparando mísseis contra civis israelenses.
"O ditador iraniano está tomando os cidadãos iranianos como reféns, criando uma realidade na qual eles, e especialmente os moradores de Teerã, pagarão um alto preço pelos danos flagrantes infligidos aos cidadãos israelenses", disse, em comunicado.
Os militares israelenses prometeram estender a ofensiva e disseram que seus caças estão "prontos para retomar os ataques a alvos em Teerã".
Os militares israelenses utilizaram aviões de guerra e drones contrabandeados para o país com antecedência para atacar instalações importantes e matar generais e cientistas de alto escalão, incluindo o chefe do Estado-Maior do Exército e o chefe da Guarda Revolucionária paramilitar do Irã.
O embaixador do Irã na ONU disse que 78 pessoas foram mortas e mais de 320 ficaram feridas nos ataques. Neste sábado, autoridades iranianas atualizaram o número de oficiais e cientistas envolvidos em pesquisas nucleares mortos: mais dois generais, além dos três anunciados ontem, e um total de nove cientistas.
Israel afirmou que o bombardeio era necessário antes que o Irã se aproximasse da construção de uma arma atômica. Um dia antes, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) advertira o país por não cumprir à risca o tratado para impedir o desenvolvimento de armas nucleares.
Negociações interrompidas
Os ataques desestabilizaram as negociações entre os Estados Unidos e o Irã sobre um acordo atômico dias antes de reunião marcada para este domingo. O Irã disse neste sábado que não faz sentido manter o diálogo diante do conflito em curso.
Entre as instalações iranianas afetadas, está a maior usina de enriquecimento de urânio do Irã, de Natanz. Grande parte do complexo é subterrâneo, mas a infraestrutura acima do solo da usina foi destruída, segundo o chefe do AIEA, Rafael Grossi.
O Irã informou à AIEA que as instalações nucleares de Fordow e Isfahan, no centro do país, também foram atingidas.
Imagens de satélite analisadas pela agência de notícias Associated Press confirmam que bases de mísseis no Irã também foram danificadas, uma em Kermanshah e outra em Tabriz, ambas no oeste do Irã.
Alerta para outros países
Teerã busca impedir o apoio de outros países à defesa de Israel, e alertou enfaticamente os EUA, o Reino Unido e a França de que suas bases militares e navios serão alvos caso ajudem a bloquear a retaliação iraniana.
O presidente americano, Donald Trump, afirmou que os EUA ajudarão a defender Israel. Há relatos de que forças americanas já ajudaram a abater drones e mísseis iranianos que se aproximavam de Israel.
O presidente francês, Emmanuel Macron, também afirmou na sexta-feira que seu país ajudaria a defender Israel contra represálias iranianas.
O governo do Reino Unido afirmou que suas forças não forneceram assistência militar a Israel, já que o primeiro-ministro, Keir Starmer, enfatizou a necessidade de uma redução da tensão.
( da redação com DW. Edição: Política Real )