(Brasília-DF, 25/04/2025)   Nesta sexta-feira, 25, foi divulgada a Pesquisa Especial de Crédito da Febraban revelando que o saldo total da carteira de crédito deve mostrar crescimento de 1,1% em março, com destaque aos recursos voltados às empresas, que devem apresentar alta de 1,5%.  Apesar do avanço no mês, o ritmo de expansão anual da carteira deve desacelerar de 11,8% para 11,1%.

A pesquisa é divulgada mensalmente como uma prévia da Nota de Política Monetária e Operações de Crédito do Banco Central. As projeções são feitas com base em dados consolidados dos principais bancos do país. O Banco Central divulgará a Nota de Política Monetária e Operações de Crédito no próximo dia 29 de abril.

O bom resultado esperado para o crédito às empresas deve ser puxado pela carteira com recursos livres, que deve mostrar alta de 1,7% no mês, impulsionada pela sazonalidade positiva das linhas de fluxo de caixa, típicas no fechamento de trimestre.

Porém, a alta deve ser bem inferior à registrada em março de 2024 (+4,2%), com o ritmo de expansão anual da carteira pessoa jurídica livre desacelerando de 9,8% para 7,1%, explicando a perda de tração da carteira total. O crédito pessoa jurídica direcionado também deve mostrar um bom crescimento em março, de 1,3%, sustentado por programas públicos.

A carteira às famílias, por sua vez, deve apresentar uma alta mais modesta, de 0,8% no mês, embora mantendo o ritmo de expansão anual em patamar bastante robusto, em 12,3% (ante 12,5% em fevereiro). A maior alta deve vir da carteira direcionada (+1,1%), enquanto a carteira livre deve avançar 0,6%, ainda sem capturar o possível ganho de tração com o lançamento do crédito consignado privado e impactada pela alta dos juros, que tem afetado as linhas de crédito pessoal e de veículos.

“Os números seguem apontando um crescimento robusto do crédito no fechamento do 1º trimestre, com a alta anual permanecendo acima de dois dígitos. No entanto, a pesquisa aponta alguma desaceleração em março, especialmente nas linhas mais sensíveis ao ciclo econômico, o que pode sinalizar o início de um movimento de perda de fôlego do crédito, esperado ao longo de 2025”, afirma Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban.

“É importante destacar que o resultado ainda não capturou o ganho de tração esperado com o lançamento do crédito consignado privado, o Crédito ao Trabalhador, que ocorreu no final de março, possivelmente devido à substituição inicial de modalidades de maior custo, como o crédito não consignado. De toda forma, essa substituição é importante, pois contribui para uma composição mais saudável da carteira, o que tem sido um ponto de atenção nos últimos meses, com aumento da participação das linhas mais arriscadas. Uma carteira mais equilibrada favorece um crescimento saudável do crédito numa perspectiva de médio e longo prazos”, complementa o diretor.

Concessões

Segundo a pesquisa, as concessões de crédito devem apresentar expansão mensal de 3,8% em março. Quando ajustado pelo número de dias úteis, o resultado representa um aumento de 9,3% na margem.

A expansão (ajustada por dias úteis) deve ser disseminada entre os recursos e segmentos, com destaque para as concessões às empresas (+9,9%), impulsionadas por alguma recuperação da modalidade capital de giro, principal da carteira, e pelo usual maior volume das linhas de fluxo de caixa, beneficiadas pela sazonalidade positiva no fechamento de trimestre. As concessões às famílias também devem crescer na margem, com alta de 8,7%.

Na comparação com março de 2024, que elimina os efeitos sazonais e de dias úteis, o volume concedido deve crescer 10,4%, ainda sinalizando um bom ritmo de expansão. No acumulado em 12 meses, no entanto, o volume de concessões deve voltar a mostrar um leve arrefecimento, passando de 14,8% para 14,7%, mas ainda em patamar bastante robusto.

( da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)