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( reeditado )
(Brasília-DF, 01/02/2025). Logo após a fala dos candidatos à presidência da Câmara dos Deputados, na tarde deste sábado, 01, o deputado Arthur Lira (Progressistas-AL) fez sua última fala como presidente da Câmara no plenário Ulysses Guimarães.
Lira fez uma fala de agradecimentos, lembrou os momentos importantes como da Covid-19, defesa das prerrogativas dos parlamentares e aprovação da reforma tributária.
“Não cheguei aqui sozinho e não saio daqui sozinho”., disse.
Veja a íntegra da fala de Lira:
Sras. Deputadas e Srs. Deputados, em última fala na condição de Presidente da Casa, eu queria ter a oportunidade de saudar V.Exas., verdadeiramente, como minhas amigas Deputadas e meus amigos Deputados.
É chegado o momento de despedir, de agradecer e de prestar contas às senhoras e aos senhores.
Presidir a Câmara dos Deputados por dois mandatos consecutivos, tendo recebido, quando de minha reeleição, o voto de confiança de 464 Parlamentares, é uma das maiores honras que a vida já me concedeu.
Sou extremamente grato a todos os Líderes partidários dos últimos 4 anos, cuja dedicação, apoio e disposição em dialogar nos permitiu entregar ao País reformas estruturantes históricas. Complexas, mas absolutamente imprescindíveis para modernizar o Brasil e pavimentar o caminho do desenvolvimento e do progresso.
A minha enorme gratidão também a cada uma das Deputadas e a cada um dos Deputados pelo trabalho incansável, muitas vezes ao longo das madrugadas; pela confiança diariamente depositada em nossa forma de condução; pela atuação em favor do País e pela autêntica representação da nossa sociedade de forma como ela é: plural, diversa, miscigenada.
O meu especial agradecimento também a todo o corpo técnico da Casa, aos servidores e colaboradores que prestam um serviço de alta qualidade a todos nós Deputados.
Encerro esta jornada de 4 anos à frente da Câmara dos Deputados com a convicção de que a política não pode ser feita de costas para o povo. Ela precisa ter sentido, propósito e, sobretudo, resultado.
Esta nossa Presidência foi sobre isto: sobre entregar: sobre deixar um legado ao País: sobre produzir os avanços legislativos imprescindíveis e que o Brasil aguardava há décadas: sobre impactar positivamente a vida das pessoas, dos que mais precisam, daqueles que compreendem e geram emprego e renda: sobre chegar até à ponta.
Sinto um imenso orgulho da agenda positiva e dos profundos avanços, que, juntos, com muito diálogo e convergência, estamos deixando ao País, mesmo no contexto de reconhecida polarização social e política.
Durante a pandemia da COVID-19, esta Casa se fez presente e tomou medidas rápidas e eficazes para garantir o suporte econômico e social de milhões de brasileiros.
Asseguramos a compra e distribuição de vacinas, viabilizamos o auxílio para aqueles que perderam sua fonte de renda e estruturamos resposta à maior crise sanitária do nosso século.
Aprovamos a autonomia do Banco Central, protegendo nossa política monetária de interferências políticas momentâneas. Viabilizamos a PEC da Transição, garantindo a continuidade de programas sociais essenciais como o Bolsa Família e o Auxílio-Gás.
E, após mais de três décadas de espera, destravamos a reforma tributária, simplificando o sistema e promovendo um ambiente econômico mais moderno, eficiente e competitivo — a primeira no regime democrático!
Trabalhamos todos juntos pelo desenvolvimento e pela modernização do Brasil, aprovando marcos regulatórios fundamentais para infraestrutura, saneamento e transporte, além de consolidarmos uma agenda sustentável, que prepara o País para liderar a transição energética global. Criamos condições para o fortalecimento do empreendedorismo, estimulamos a inovação e demos passos importantes na construção de um País mais digital e conectado.
Ao longo desses 4 anos, também dedicamos atenção especial às pautas sociais e de representatividade. Aprovamos leis fundamentais para as mulheres, garantindo igualdade salarial, proteção contra a violência e mais presença feminina na segurança pública.
Criamos a bancada negra, reconhecendo a diversidade de nossa sociedade e promovendo justiça histórica. Asseguramos a liberdade e pluralidade religiosa, espelhando no Plenário o retrato de um Brasil que rapidamente se transformou nesse aspecto.
Nós nos mobilizamos para apoiar os Estados atingidos por tragédias ambientais, demonstrando que esta Casa sabe agir quando o povo mais precisa.
Os desafios nesse período e de nossa gestão foram muitos e não se limitaram ao plano legislativo, onde conquistamos entregas históricas inegáveis. Buscamos defender de forma intransigente o modelo de separação entre os poderes traçados em nossa Constituição, que fala em autonomia e em dependência, sem jamais permitir a sobreposição de um ao outro.
Também defendi, de forma incansável, o respeito às prerrogativas parlamentares, que são garantias previstas pela Constituição da República, como pressuposto necessário à existência de um Parlamento livre, sem o qual não há democracia. Defendemos com toda convicção a importância da participação ativa do Poder Legislativo na confecção da peça orçamentária, considerada a pluralidade natural de ambas as Casas e o profundo conhecimento que cada Parlamentar carrega de todos os cantos do nosso gigante País.
Encerro, portanto, este honroso capítulo de minha trajetória política com a sensação de dever cumprido e com o sentimento que nos últimos 4 anos dediquei a esta Casa e ao Brasil todo o meu melhor, todo o meu tempo, toda a minha energia, todo o meu coração. Busquei deixar como marcas de minha Presidência o cumprimento intransigente de acordos firmados, o diálogo incessante e a busca incansável por convergência. Só por isso conseguimos avançar tanto.
Não cheguei aqui sozinho e não saio daqui sozinho.
Toda essa união e toda a convergência, que nos permitem tantas entregas, desembocaram agora na construção — permitam-me —, mesmo antes da votação, de um bloco de apoio ao futuro Presidente Hugo Motta, que vivenciou de perto nossa gestão e que saberá dar continuidade ao ritmo de produtividade que o País espera, com toda a sua experiência, leveza, habilidade e abertura ao diálogo.
Bom trabalho, meu amigo Hugo Motta. É uma alegria passar — eu não tenho dúvidas de que isso acontecerá — o bastão para você. Depois da costura fina que nos permitiu chegar a um nome de consenso, com ampla capacidade de aproximar opostos, estou certo do seu sucesso e do sucesso da nova Mesa Diretora, sempre a favor do nosso Brasil.
Estarei ao lado de cada um de vocês no bom debate, no bom debate do Plenário. Seguirei como um soldado do Parlamento, representando não somente os mais de 220 mil alagoanos que confiaram a mim esta missão, mas também toda a população de brasileiros, mais de 200 milhões de brasileiros, a quem servi de peito aberto, com muito amor, honra e espírito público.
Termino esta fala rápida neste dia, que é dia de Hugo e da nova Mesa Diretora, com os conselhos do grande político que sempre me inspirou e que, para minha imensa dor, pela primeira vez não se faz fisicamente presente em um momento importante de minha vida, o meu pai, o Senador Bendito Lira.
Certa vez, ele foi à tribuna do Senado Federal e fez o seguinte apelo, que é muito atual — abre aspas:
Devemos protagonizar a educação pelo exemplo. Devemos demonstrar à sociedade brasileira que, a despeito de nossas bandeiras partidárias, somos adeptos do diálogo sincero, sensato e cortês. Devemos demonstrar que somos capazes de entabular uma dialética honrada e honrosa, respeitável e respeitosa, na construção do nosso futuro e na busca incessante de soluções para quaisquer crises, inclusive a que vivemos — fecha aspas.
Que assim seja! Que sigamos dialogando de modo sincero, sensato e cortês! Que através de uma dialética honrada e honrosa possamos construir o Brasil do futuro, do progresso, da prosperidade e da justiça!
Hugo, ao trabalho! O Brasil, mais do que nunca, tem pressa.
Vamos e
Muito obrigado a todos sempre.
(da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)