- Cadastre-se
- Equipe
- Contato Brasil, 21 de dezembro de 2024 12:50:03
(Brasília-DF) Neste ano, o Brasil e os Estados Unidos estão completando 200 anos de relações diplomáticas.
Os Estados Unidos, lá em 1.823, numa ação estratégica do iniciante imperialismo estadunidense, o presidente James Monroe, com o argumento de enfrentar o neocolonialismo europeu após o fim da Era Napoleônica, lança uma doutrina que defendia “A América para os Americanos”. A intenção era evitar que os europeus viessem retomar o que tinham “perdido”.
Em seguida, veio o apoio ao Brasil, o grande país território da América do Sul. De lá para cá, ficamos mais próximos dos Estados Unidos. Ao longo desse tempo todo, ora nos afastamos ora nos aproximamos, mas na maior parte do tempo viramos países muito próximos.
Os padrões de nossa classe média se aproximaram da visão dos norte americanos. Nossas Forças Armadas replicaram as ideias da escola West Point em nossa Agulhas Negras. Até os que pensavam diferente, quando queriam colocar culpa em algo que não dava certo punham na conta dos norte-americanos.
Os Estados Unidos eram exemplo para o bem e para o mal em nosso país. Os Estados Unidos estão vivendo um momento em que seu modelo está sendo subvertido a olhos vistos.
Na eleição presidencial de novembro vindouro, a não ser que mude muita coisa, vão estar em disputa, de forma inédita por lá, um presidente e um ex-presidente, em que não por acaso estiveram em disputa anterior. Se não bastasse isso, o atual presidente Joe Biden não parece em condições de representar a imagem forte do líder da maior economia e potência planetária, enquanto seu adversário, o ex-presidente Donald Trumpe, não tem condições de ser o líder moral de nenhum país democrático que eles, os EUA, se arrogam de serem os maiores representantes.
É impressionante esse estado de coisas. Quando Donald Trump disputava a sua reeleição, que acabou frustada, fiquei impressionado como o “The Financial Times”, o famoso jornal inglês, conservador e bíblia da grande economia, afirmava que Trump não poderia ser reeleito. Eles diziam de forma cifrada, mas clara, que se Trump fosse reeleito o Planeta poderia ir para o buraco. Para bom entendedor meia palavra basta. Se Trump fosse reeleito a China veria apressado o tempo para que chegasse ao topo do Planeta Terra.
Para os que defendem a democracia e a integração dos Estados Unidos com a Europa, , ainda válida desde o fim da Segunda Guerra Mundial, seria o caos. Trump era contra a Europa e namorava a Rússia do cachorro louco Vladimir Putin.
Se Donald Trump vencer as eleições de novembro, o que parece cada vez mais claro, mesmo com as dificuldades vividas pela China e o crescimento da Índia, não é estranha a máxima de que a previsão feita pelo Financial Times tende a se configurar.
Como iniciaremos os próximos 200 anos de relação com os Estados Unidos? Tem gente no Brasil pensando na relação do Governo Lula com Donald Trump, que é próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro. O que está em jogo é muito mais que isso. Tendemos a ver o apressamento da perda de importância para o Mundo do país do Norte. Como o Brasil irá se inserir nesse jogo geopolítico?
Somos uma democracia, mas como o chamado Sul Global iria lidar com nossos compromissos? Nossa ligação histórica com os Estados Unidos nos dava mais importância nesse jogo geopolíico. Qual o rumo a tomar?! Perguntas difíceis de serem respondidas!
Por Genésio Araújo Jr, jornalista
e-mail: polí[email protected]