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Genésio Jr.
  • 22/11/2020 13h34

    Paciência acabando!

    Terminada as eleições de primeiro turno, o deputado Rodrigo Maia(DEM-RJ) disse que se esperava muito do Governo nos próximos seis meses

    Mercados irritados com Bolsonaro(Foto: Money Times)

    (Brasília-DF) Disse por aqui, na semana passada, que mesmo com as infelicidades do Presidente Jair Bolsonaro nas escolhas de seus favoritos nas disputas municipais de primeiro turno, que ele não seria uma carta fora do baralho para o futuro do poder no Brasil.  Quem acompanha as eleições municipais, e sua relação com as eleições presidenciais, sabe bem que essa relação não é imediata.

    São vários os episódios de nossa vida republicana, após a volta das eleições presidenciais, ,em que isso fica evidente. Antes das eleições municipais, aqui no Brasil, já se falava de uma irritação muito grande dos setores econômicos e financeiros com o Governo Federal. Dava-se um desconto, pois todos foram avisados, mesmo a contragosto, que o governo só iria se movimentar para valer após as tais disputas nos municípios.

    Terminada as eleições de primeiro turno, o deputado Rodrigo Maia(DEM-RJ) disse que se esperava muito do Governo nos próximos seis meses. Ele falou na segunda-feira, 16, na Associação Comercial de São Paulo. Durante a semana, se comentou muito da entrevista de Barack Obama, para divulgar seu livro de memórias “Terra Prometida”, em que ele, diplomaticamente, disse que Joe Biden vai privilegiar sua relação com o Brasil a partir da ciência, ao falar da preocupação ambiental já externada por Biden.

    Bolsonaro, ainda não reconheceu a eleição do democrata norte-americano como novo presidente eleito dos EUA. No encontro dos Brics, que reúne além do Brasil, a China, Rússia, Índia e África do Sul - no meio da semana, ele ameaçou, dizendo que iria denunciar países que compram madeira brasileira e amazônica ilegal, além de ter menosprezado aOrganização Mundial da Saúde(OMS) para uma China que a respeita e incentiva.

    Bolsonaro, ainda durante a semana, recuou de listar os “países compradores”, mas todos sabiam que o endereço era dados aos europeus.  No final de semana, por conta da fenomenal e internacional repercussão da morte de um cidadão negro,violentamente, numa unidade do supermercado Carrefour em Porto Alegre(RS) na véspera do Dia da Consciência Negra, ele tratou de citar o caso, de forma indireta, na abertura da 15ª Cúpula do G-20, que reúne as 20 maiores economias do Planeta, num evento virtual que tinha como patrocinador a Arábia Saudita. Destaque-se que o mundo inteiro vê a questão racional como preocupação.

    Se já não tivéssemos os nossos problemas aqui, o nosso presidente chama atenção por buscar enfrentamentos em série além mar, como já se disse um dia.  Em tempos que o imperialismo virou outra coisa, não custa lembrar da história que no Império Romano era comum se arrumar guerras externas para vencer problemas que estavam no Senado romano ou nas cercanias da velha Roma. É certo que se podia vencer algumas guerras mas nunca todas as guerras ao mesmo tempo.

    Bolsonaro irrita profundamente uma grupo importante da sociedade brasileira que não se movo pela polarização que marcou as eleições de 2018 e que não teve eco na disputa de 2020. O mundo econômico e financeiro não gosta de barreiras e muros, não gosta de ver tantas guerras desnecessárias. Nosso presidente se encarrega de arrumar muros, mesmo que facilmente transponíveis. O mercado fechou com Joe Biden não é porque acha que ele é mais bonito que Donald Trump. O fez, simplesmente, porque não gosta de muros, que Trump insistia em criar.

    Bolsonaro pode, tranquilamente, sobreviver aos seus insucessos nas eleições de 2020 porém não deve e não pode perder o apoio dessa turma do poder econômico, que torce que ele dê certo, mas que não vai aceitar que ele crie dificuldades em série em nome de argumentos que não se sustentam.  A escola fisiocrática, que imaginava que a terra( hoje, o agronegócio) era a única forma legítima de gerar riqueza ficou lá no século 18. 

    Bolsonaro tem suas questões antiquadas conhecidas e reconhecidas pelo mundo econômico, que davam um evidente desconto, idiossincrasias de poderosos, mas tudo tem limite.  Há informações, de sobra, que apontam que a paciência está chegando ao limite.

    É aguardar para ver se esse papo é pra valer!

    Por Genésio Araújo Jr. jornalista

    Email: [email protected]  

     

     


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