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Genésio Jr.
  • 07/06/2020 16h03

    Oportunidades

    Os eventos se dão exatamente onde os efeitos da pandemia mais se vê. Estados Unidos, Grã-Bretanha e Brasil

    Manifestantes no Largo da Batata, em SP( Foto: site G1)

    (Brasília-DF) Depois de tanto tempo, as pessoas, sob os efeitos da pandemia do covid-19, decidiram deixar suas casas e irem às ruas.

    Os norte americanos estão há 13 dias nas ruas por conta da morte do ex-segurança George Floyd, morto covardemente por policiais na cidade de Minneapolis, no Estado de Minnesota. A onda influencia o mundo, chegando na Europa.  No Brasil, foi por outras razões. Antes, praticamente, espaço exclusivo do bolsonarismo, as  ruas ganharam presença de adversários do Presidente Jair Bolsonaro.

    Os eventos se dão exatamente onde os efeitos da pandemia mais se vê. Estados Unidos, Grã-Bretanha e Brasil. Estava tão insuportável assim ficar em casa?! Claro que sim. Os eventos no Brasil ainda não são alastrados, mas nada garante que isso não se espalhará. Sabe se vai virar uma onda, como o que se viu em 2013, é uma incógnita.

    O Presidente Donald Trump, quando viu a coisa começar nos Estados Unidos pensou que poderia resolver o assunto colocando o Exército na rua e pressionando os governadores. Não certo. De uma hora para outra acabaram as violências e centenas de cidades, por lá, entraram a onda.

    No Brasil, os partidos de oposição que andavam perdidos à busca de algo que vá além de condenar Bolsonaro, se dividiram, novamente, em apoiar os eventos.

    De fato, em época de pandemia que não cessa de crescer entre nós, especialmente em grandes cidades, não tinha como ter unidade nessa ida à ruas.

    Já se sabe como o bolsonarismo procede. Em nome dos objetivos traçados pelo Presidente e seu grupo mais íntimo, eles vão tocando sua pauta dentro do protagonismo da hora. A dúvida é como vão proceder os adversários.

    As dificuldades dos poderosos da vez já se sabe.  Eles querem vencer esse momento ,seja como for e com as armas que tem. Na semana, teremos a discussão da validade do inquérito das Fake News, no STF,  e uma etapa importante à nível de Tribunal Superior Eleitoral. Serão dias difíceis. Os adversários do governo precisam, se querem ter futuro consistente, convencer, ao menos tentar, a sociedade de que tem proposta ao que está aí.

    O modelo econômico que acabou sendo aprovado nas urnas foi o do reformismo. Se na política era mudar  o que foi montado, na economia a coisa era ajustar o que o Governo Michel Temer vinha traçando.  Tudo isso foi para a geladeira durante a pandemia. A sociedade e a sua inteligência estão convencidos, em sua maioria, isso é notório, de que é fundamental se montar uma política de renda mínima.  O rastro da pandemia vai obrigar que esse assunto, que se esperava coisa para mais adiante, venha com força total,

    O Presidente Jair Bolsonaro já sinalizou, no apagar das luzes da semana, que o auxílio emergencial seria prorrogado. A equipe econômica de Bolsonaro, muito dela herdada de Temer, não é ruim, mas é mais preparada para o ajuste e não para reconhecer que se tem que ir além.

    A necessidade de se pensar sob o signo da prorrogação do auxílio e da renda mínima é uma grande oportunidade para oposição. Uma forma de arrumar discurso, dobrar uma boa aposta para cima do Governo. O Governo tem a vantagem de estar montando um base política, que se ajusta fácil do reformismo a renda mínima.

    Bolsonaro tem que vencer esse momento de fragilidade que poderá vir das ruas e do que o Judiciário pode lhe aplicar. Vencendo, tem que ser ágil na sintonia fina e aprender com o seu mentor Donald Trump que mostra que ajuste tem que ser rápido,

    Nos Estados Unidos, a economia já dá sinais de vida. Nada impende que no Brasil o mesmo se dará. Cabe ao Presidente ter algum juízo. Infelizmente, isso não é seu forte.

    Mas sabe como é, pau que dá para Chico dá para Francisco.

    Foi Genésio Araújo Jr, jornalista

    Email: [email protected]

     

     


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