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  • Contato Brasil, 25 de abril de 2024 05:15:03
Genésio Jr.
  • 10/05/2020 15h38

    Elogio ao risco!

    Há muita variáveis em tudo isso. Por mais que as coisas melhorem como por encanto a política de Guedes está sob grande ameaça

    Bolsonaro e Guedes( foto: Arquvo Política Real)

    (Brasília-DF) O Presidente Jair Bolsonaro, apesar do alarido, dá sinais de que vai atravessar esse maio focando que as terríveis perdas econômicas sempre vão ser piores que as perdas humanas, vai apostar que os vivos vão se preocupar mais com a subsistência que com a vida do outro. Parece cruel, mas a aposta está clara. Existem riscos altíssimos, mas risco é com Bolsonaro.

    Nesse Dia das Mães ele preferiu começar criticando lockdown, antes divulgou um vídeo mostrando o que fez durante os últimos 45 dias. Ele diz que está preocupado tanto com a vida assim como com a economia. Coloca várias imagens e falas de seu ministro da Economia, Paulo Guedes. Bolsonaro adora “figurinha” mais que palavras. Isso tudo conta muito.  Bolsonaro quer colocar a culpa das dificuldades econômicas no Congresso, no Supremo e nos prefeitos e governadores, como se a crise terrível nos Estados Unidos fosse coisa do abracadabra.

    Há muita variáveis em tudo isso. Por mais que as coisas melhorem como por encanto  a política de Guedes está sob grande ameaça.  O auxílio emergencial de três meses pode chegar a R$ 154 bilhões até o final do ano e Bolsonaro diz que não vai ter como dá muito mais.

    Tudo indica que ele vai ter que mudar de opinião, rapidamente, isso vai expor muito Paulo Guedes e o jogo de sustentação política que Bolsonaro, com aval do militares, está montando com o grupo centrão.

    O Fundo Monetário Internacional(FMI) divulgou em seu blog de ideias na última semana uma análise de um grupo de importantes economistas, que atendem ao fundo e já foram, e são professores de importantes instituições, ministro de economia de países da zona do Euro, apontando que o Planeta precisará investir US$ 20 trilhões nos próximos anos face aos efeitos do covid-19 – lembre-se, que a OCDE já via um ciclo de baixo crescimento em curso no âmbito do G-20. Esses mesmos economistas viam que os países deveriam reforçar políticas de atendimento social, reduzir tributação sobre folha de pagamentos e aumentar o gasto público.

    Destaca-se que o FMI é uma das instituições que mais patrocinam o rigor fiscal.  Dentro da política de Paulo Guedes, onde a economia deve ser levantada pelo investimento privado, tudo parece deslocado.  

    Bolsonaro já foi avisado que terá que rever sua relação com os estados e municípios, em breve. Guedes trabalhou para que houvesse rigor neste primeiro momento, mas fica a pergunta: como ele irá enfrentar o que teremos logo adiante?

    Tudo indica que as próximas reuniões dos ministros da Economia dos países do G-20 serão confrontadas com essa tendência que já se observa no FMI.

    Por mais que pareça disfuncional, tudo indica que o grupo que  hoje se aproxima do governo tem tudo para ganhar mais força e enfraquecer Paulo Guedes, que hoje parece inestimável para um governo que não pode perder mais quadros importantes, neste momento.

    O ano parece longe de acabar, mas se é verdade que poderemos voltar a crescer em rítmo “V”, depois  do fundo do poço, tudo indica que as dificuldades de Guedes virão antes de suas conquistas.

    Bolsonaro já deixou claro que usa Guedes do jeito que bem quer, o ministro da Economia e sua equipe já notaram, pouco se duvida. Eles tem lá seus cálculos e suas estimativas de que há possibilidades de uma onda de crescimento reprimido e de que o senso de oportunismo de empreendedores pós-pandemia faça os investimentos privados voltarem, por encanto.

    Tudo para gente para adora um risco. Bolsonaro sabe que perdeu muito e vale a pena arriscar, coisa que sempre lhe foi apetitosa, ou você se esquece que ele estava no fim da fila e acabou virando Presidente?!

    Por Genésio Araújo Jr, jornalista

    Email: [email protected]

     


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