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  • Contato Brasil, 28 de março de 2024 15:01:27
Genésio Jr.
  • 15/03/2020 14h36

    Nem tudo é terrível com a pandemia!

    Esse momento da pandemia, que, ainda bem, não anda tão mortal, certamente está mexendo com o futuro da ciência e do Estado

    A pandemia vai bombar a ciência e o Estado?!( Foto: CIO)

    (Brasília-DF) Só o que se fala é do novo coronavirus, como não!?  A vida de todos está impactada por algo que até ontem, praticamente, ninguém achava que iria dar tudo isso. Deu! Fique certo, onde você estiver isso vai mudar sua vida! E como será o porvir?! Pode parar por aí.

    Existem coisas ai bastante significativas para se cuidar. A última grande e importante pandemia foi a chamada Gripe Espanhola, um tipo de A1N1 que matou perto de 100 milhões de pessoas entre o final de 1918 e meados de 1920. Interessante, é que aquela pandemia se deu ao final da Grande Guerra.

    Importantes historiadores salientam que o século 20, na verdade, surgiu ali. Não é bom esquecer que aquela terrível guerra surgiu por uma conjunção de fatores, mas ,significativamente, pelos equívocos das elites europeias, especialmente pois não entediam o mundo que estava surgindo. Não é bom esquecer que surgia, também, a crise do capitalismo com o surgimento da mais que disruptiva revolução soviética de outubro de 1917.

    Essa nova pandemia surge no início da segunda década do século 21, justo num momento em que nossas elites estão perdidas em tocar o planeta.   Vivemos uma crise da democracia representativa, crise na imprensa, crise nos movimentos sociais e de ruas, crise na educação e até crise na ciência. Tem gente grande e educada, acredite, que ainda acha que a terra é plana! Pode?! Pior: não se sabe o que colocar no lugar!

    Esse momento da pandemia, que, ainda bem, não anda tão mortal, certamente está mexendo com o futuro da ciência e do Estado.  Foi maravilhoso ver as imagens dos italianos -  moradores de Bari, Roma, Milão, Palermo e Turim – confinados, batendo palmas para os profissionais de saúde, um “flash mob”. Justo no epicentro da pandemia, a Itália, que foi palco da criação tanto do Império Romano como do fascismo, não poderia ser mais impactante.

    O Estado tão abominado nesse momento de crescimento do ultraconservadorismo e da falência das alternativas populistas das esquerdas acaba sendo exorcizado. Não nas suas tarefas originais de cuidar da saúde, educação e segurança pública, mais que isso!  O papel do Estado não são só como condutor de uma política econômica clara, mas como indutor e motivador do fluxo econômico, seja cíclico ou anticlíclico. Não cabe aí preconceitos e ortodoxias, mas efetividade. É fácil às esquerdas dizerem que o Estado deve investir sem responsabilidade fiscal. É fácil aos liberais dizerem que o Estado não pode fazer tudo e que a sociedade e seus agentes têm que dar dinâmica e fluxo, só!

    Efetivamente, se a ciência e o Estado serão as vedetes que vão sair em pé dessa crise do novo coronavirus não restam muitas dúvidas. Mas como isso se dará?

    No Brasil, se especula que o aumento dos gastos em saúde vai obriga o Governo Federal a rever o chamado teto de gastos. Outros vêm que isso obriga que se faça mais concessões e privatizações pois as receitas vão cair, obrigatoriamente com a redução no comércio mundial. Fazer ações como obras públicas, por si, não geram conforto face aos erros dos anos Dilma Rousseff. Muito se fala que se tem que colocar o BNDES para funcionar, como existe em todo local do mundo, mas que isso fique claro no orçamento.

    Ciência e Estado! As vedetes pós novo coronavius! Ele vai passar, como todas as  pandemias. Já vivemos muitas outras ao longo de séculos. Essa não será a última. Certamente, com uma população desse tamanho, vivendo em megalópoles, teremos desafios. Já sabemos que vamos conviver menos para vivermos melhor, com saúde.

    A humanidade sempre enfrentando desafios que nos renova, a grandeza dessa conquista: humano, demasiado humano!

    Por Genésio Araújo Jr, jornalista

    E-mail: [email protected] 

     

     


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