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  • Contato Brasil, 28 de março de 2024 16:28:02
Genésio Jr.
  • 08/03/2020 16h44

    Agora é ver no que vai dar!

    Já virou lugar comum falar das contradições do Presidente da República

    Bolsonaro e as ruas( foto: arquivo Política real)

    (Brasília-DF) O Presidente Jair Bolsonaro assumiu publicamente que defende e apoia as manifestações do 15 de março.

    Ele disse que as manifestações não são contra o Congresso e o Judiciário. Não poderia ser diferente, pois se dissesse outra coisa estaria cometendo crime de responsabilidade, pois a Constituição diz que o chefe de Governo e Estado não pode atuar contra os poderes constituídos. Foi retórico - disse que político que não aceita manifestação não deveria ser político. Bem sonoro, pois quem está na prateleira recebe olhares vistosos mas também sofre com a poeira e o desprezo.

    Bolsonaro disse, há uma semana atrás quando teve revelado “mensagem pessoal” sobre vídeo de apoio a ele que tratava de convocação – que não estava defendendo nada neste sentido. Chegou a dizer que o vídeo nem atual era.

    Já virou lugar comum falar das contradições do Presidente da República. Ele vai e volta em suas posições de acordo com suas conveniências. Aposta que seus apoiadores fiquem com o seu lado da história. A maioria não está nem aí com o contraditório, prefere o que ele diz.  Os chefes de poderes não quiseram, dessa vez, se manifestar. Sabem que o terreno lhes é desfavorável nessa contagem regressiva ao 15 de março.

    O Brasil já viveu momentos de manifestações pedidas pelos poderosos. Em 1964, o presidente João Goulart, também em março, fez o Comício da Central do Brasil que foi importante para o Golpe Militar daquele mesmo ano. Em agosto de 1992, o então presidente Fernando Collor de Melo pediu que todos fossem para as ruas de verde e amarelo. As pessoas foram de preto – isso acabou acelerando o Impeachment. Era um tempo sem internet.

    Essa manifestação do 15 de março é pensada desde de janeiro, em apoio ao Presidente mas é inquestionável, basta ver o que acontece nas redes sociais, que ela está montada contra o Congresso e o Judiciário.

    Num momento em que o Congresso dobra sua aposta no reformismo e quer aprovar relatório da reforma tributária em 45 dias, já entregou a reforma da Previdência e existe um negociação sobre o orçamento impositivo assim como um Judiciário que deu uma mão danada aos interesses do Presidente Bolsonaro, em segurar iniciativas que poderiam fragilizar o filho senador do Presidente, Flávio Bolsonaro(sem partido-RJ),  quais as razões presidenciais?

    Razões não faltam diriam alguns, inexistem elas diriam poucos. Ainda não terminamos o primeiro trimestre do ano e os especialistas em economia já dizem que o ano não será aquilo que se esperava. A divulgação do PIB de 2019, menor que os dos anos de Michel Temer, o presidente da República que saiu do cargo com a maior rejeição, foi um grande dissabor.

    Se você conversar com algum apaixonado apoiador do nosso Presidente vai ouvir, quase sempre: tem muito bandido, o Presidente está tendo dificuldades, eles não deixam ele trabalhar! 

    Parece evidente que o nosso presidente está preparando o terreno de suas dificuldades que na verdade estão sendo criadas pelo seu ministro da Economia, Paulo Guedes, e não obrigatoriamente pelos políticos e Judiciário, que também não são flor que se cheire mas têm que estar no vaso da sala democrática. O mundo inteiro vai sofrer com os efeitos econômicos do novo coronavirus. Bastava Bolsonaro colocar nesse fator externo a conta de suas dificuldades para melhor passar, mas ele quer mais.

    Agora é ver no vai dar!

    Por Genésio Araújo Jr, jornalista

    Email: [email protected]


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