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  • Contato Brasil, 25 de abril de 2024 03:59:40
Genésio Jr.
  • 02/02/2020 12h13

    Sem ideia fixa, Presidente!

    Um assunto que preocupa nessa retomada da atividade econômica, que é tida como certa - é a questão da Educação

    Bolsonaro e Weintraub( foto: Twitter)

    (Brasília-DF) Começou o segundo mês do ano. Até a chegada do Carnaval algo vai acontecer. O Congresso Nacional e o Supremo Tribunal voltam a funcionar. O mesmo será nos estados. Em ano eleitoral, todos agem diferente. Seria idiotice dizer que não.

    Teremos ações específicas no Congresso. Tem a pauta do governo e tem a pauta dos congressistas. Há quem arrisque dizer que se 2019 foi ano de protagonismo do Legislativo, o mesmo deverá se ver em 2020. Rodrigo Maia, da Câmara, bem mais proeminente que Davi Alcolumbre, no Senado, promete uma pauta social que virá junto com a reforma tributária, que é prioridade. 

    No Judiciário, até bem depois do Carnaval, o Supremo vai funcionar desfalcado do ministro Celso de Melo, que entrou em licença médica, ele que andava com problemas sérios de locomoção. Com isso, o ministro Dias Toffoli, que está em claro desgaste com seu vice Luiz Fux, terá poder duplicado com voto de minerva em vários julgamentos que se darão até março.

    Um assunto que preocupa nessa retomada da atividade econômica, que é tida como certa - é a questão da Educação. Esse ministério não é só um “quadradão” na Esplanada. Nesse momento em que se mira um futuro próximo impactante, os desafios nessa área são muito sérios.

    No fechamento das contas do ano passado, 2019, ficou claro que o Governo Federal deixou de cumprir o orçamento em até R$ 17,4 bilhões. Guedes adorou não gastar, mas a verdade é que na área de educação o ministério comandado por Abraham Weintraub deixou de aplicar R$ 4,5 bilhões. Na prática, deixou de aplicar 13% do que foi orçado para a pasta. Economizar é, em tese bom, mas na área de educação nunca é bom deixar de aplicar o que se deveria, pois é política pública não cumprida. 

    Weintraub ficou sob grande pressão face a crise no Enen/Sisu que teve Justiça e tudo mais, especialmente para quem chegou na coletiva para divulgar resultados dizendo que estava à frente do melhor Enen da história.  Weintraub vem sendo criticado por meio mundo. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia(DEM- RJ), defendeu sua saída e disse que ele era muito ruim para o Brasil, afastando até a chegada de recursos no país.

    O ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, disse em artigo que “os que se ocupam da educação, da ciência e da tecnologia no Brasil voltassem sua vista para observar como se dá a competição entre as grandes potências e dedicassem mais atenção à base científico-tecnológica requerida para desenvolvimento de um país moderno, democrático e que preza a liberdade, estaríamos mais seguros de que nossas inquietações, com o tempo, encontrarão solução.”  FHC disse que o governo deveria deixar de se dedicar a “crenças atrasadas”; deixar de “guerrear contra fantasmas”.

    Se Bolsonaro tem avançado, bem ou mal, em justiça e segurança pública, economia e infraestrutura, especialmente, tem penado muito na questão da educação. Não adianta ser um apaixonado nessa questão. Os apoiadores mais radicais de teses bolsonaristas defendem a postura viril e pouco cultural de Weintraub, que tem apoio presidencial conforme pôde se ver quando Bolsonaro publicou foto com o titular da Educação em conta nas redes sociais, no último final de semana.   

    Efetivamente, o que vemos é muita retórica e brigalhada política que realizações de fôlego. O Presidente Jair Bolsonaro tende a ganhar pontos com a chegada de Regina Duarte, na Secretaria Especial da Cultura, mas não se pode arriscar que essa esperada evolução vá contaminar positivamente o outro lado da moeda, o MEC.  O crescimento que tende a vir com Regina poderá expor mais ainda as fragilidades de Weintraub, que já mostrou que nada entende de gestão educacional.

    O Presidente Jair Bolsonaro pode até insistir com Weintraub, mas não se faz gestão político-administrativa com ideias fixas. O nosso presidente pode ter coisa de doido mas ideia fixa não dá, né?!

    Por Genésio Araújo J, jornalista

    Email: [email protected]


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