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Nordestinas
  • 15/03/2024 14h00

    Ex-comandante do Exército, general Freire Gomes, disse que lhe foi apresentado a “minuta do Golpe” e disse a Bolsonaro que o Exército não iria participar

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    Foto: Imagem de Streaming

    General Marco Antonio Freire Gomes, ex-comandante do Exército

    (Brasília-DF, 15/03/2024) Nesta sexta-feira, 15, pela manhã, por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) foram liberados os depoimentos colhidos pela Polícia Federal(PF) nos processos da tentativa de Golpe de Estado desenvolvidos e que tiveram como destaque os atos de 8 de janeiro de 2023 e que são sequência da delação do tenente coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.

    Em depoimentos, o ex-comandante do Exército Marco Antonio Freire Gomes disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro lhe apresentou pessoalmente, em reunião na biblioteca do Palácio da Alvorada, no dia 7 de dezembro de 2022, uma minuta de decreto para consumar um golpe de Estado.

    O teor do documento foi lido na ocasião pelo então assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência Filipe Martins, disse Freire Gomes. Também estavam presentes o ex-comandante da Aeronáutica Almir Garnier e o ex-ministro da Defesa Paulo Sergio Nogueira de Oliveira.

    Segundo transcrição do depoimento do general Freire Gomes, que a Política Real teve acesso, ele diz “que se recorda de ter participado de reuniões no Palácio da Alvorada, após o segundo turno das eleições, em que o então presidente da República, Jair Bolsonaro, apresentou hipóteses de utilização de institutos jurídicos como GLO [Garantia da Lei e da Ordem], estado de defesa e estado de sítio em relação ao processo eleitoral”.

    Freire Gomes disse que, em reunião posterior, deixou evidenciado ao presidente Jair Bolsonaro que “o Exército não participaria da implementação desses institutos jurídicos visando reverter o processo eleitoral”.

    O depoimento de Freire Gomes coincide com o relatado pelo ex-comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Júnior, que também contou sobre reunião de Bolsonaro com os três comandantes das Forças Armadas após o segundo turno das eleições de 2022.

    Os ex-chefes da Forca Aérea Brasileira (FAB) e do Exército disseram, em separado, terem se manifestado contra qualquer tipo de golpe, e que o único a ter colocado “as tropas à disposição” de Bolsonaro foi o então comandante da Marinha, Almir Garnier.

    Garnier chegou a comparecer para depor na Polícia Federal, em 22 de fevereiro, mas na ocasião permaneceu calado.

    Confrontado com a minuta de golpe que foi apreendida na casa do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres, Freire Gomes confirmou se tratar do mesmo documento apresentado nas reuniões com Bolsonaro.

    Freire Gomes disse Torres participou de reuniões junto a Bolsonaro para explicar “o suporte jurídico para as medidas que poderiam ser adotadas”. Logo em seguida, o general disse que “sempre posicionou que o Exército não atuaria em tais situações”.

    “Que inclusive chegou a esclarecer ao então presidente da República Jair Bolsonaro que não haveria mais o que fazer em relação ao resultado das eleições e que qualquer atitude, conforme as propostas, poderia resultar na responsabilização penal do então presidente”, disse Freire Gomes à PF.

    Em paralelo, o ex-comandante da Aeronáutica Baptista Jr. disse aos investigadores que Freire Gomes chegou a ameaçar prender Bolsonaro, caso o ex-presidente fosse adiante com os planos para um golpe de Estado.

    (da redação com informações de assessoria. Edição: Genésio Araújo Jr.)

     

     

     

     


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