31 de julho de 2025
Brasil e Poder

Após dizer que Brasil não teme retaliações dos EUA por conta da Huawei atuar no desenvolvimento do 5G no país, Mourão é atacado por bolsonaristas

Vice-presidente disse nesta última segunda-feira, 3, em entrevista para jornalistas estrangeiros que cerca de um terço da internet 4G no Brasil é desenvolvida com equipamentos da chinesa Huawei, acusada pelo governo norte-americano de espionagem

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VP General Hamilton Mourão

( Publicada originalmente às 19h 50 do dia 04/08/2020) 

(Brasília-DF, 05/08/2020) Após dizer que o Brasil não teme sofrer retaliações dos Estados Unidos da América (EUA) por conta de uma possível atuação de empresa chinesa Huawei atuar no desenvolvimento da tecnologia 5G no país, o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (PRTB), passou a ser atacado por milhares de simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) nas redes sociais.

Em entrevista para jornalistas estrangeiros concedida nesta última segunda-feira, 3, Mourão afirmou que mesmo com cerca de um terço da internet 4G, no Brasil, sendo desenvolvida com equipamentos da chinesa Huawei, o Brasil não sofreu nenhuma retaliação do governo norte-americano atualmente. Os EUA acusam a empresa da China de promover espionagem.

Na última semana, o embaixador dos EUA no Brasil, Todd Chapmann, declarou que caso o governo brasileiro opte pela oferta da Huawei para o desenvolvimento e implantação da internet 5G no país, o governo norte-americano poderá, sim, retaliar o país por conta desta decisão. Após essa declaração, o Chapmann teve um pedido de esclarecimento aprovado na Comissão de Relações Exteriores da Câmara daquele país para explicar que tal ameaça.

Considerado o “guru” dos partidários do presidente Bolsonaro, o autointitulado filósofo, Olavo de Carvalho, perguntou no twitter se o general Mourão estaria ao lado da “democracia ocidental” ou da “sangrenta ditadura chinesa”.

Ex-vice-líder do governo na Câmara, deputado Otoni de Paula (PSC-RJ), num tom mais ameno, também discordou do vice-presidente da República. Segundo ele, “o governo [brasileiro] ainda não entendeu a dimensão da guerra”.

“Com todo apreço e carinho que tenho pelo vice-presidente, a retaliação será nossa, não dos EUA. Fazer esse tipo de negócio, que envolve dados, vulnerabilizando segredos de propriedade intelectual, não se faz com comunista”, comentou nas redes sociais, Otoni de Paula.

(por Humberto Azevedo, especial de Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)