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Nordestinas
  • 15/03/2019 07h35

    Em São Luís, governadores nordestinos criam consórcio para troca de experiências e realização conjunta de ações

    No encontro, os gestores da região apontaram, ainda, que são contra alterações no Estatuto do Desarmamento
    Foto: assessoria do Governo do Maranhão

    Governadores do Nordeste fizeram acordo para consórcio de ações

    ( Publicada originalmente às 20h 52 do dia 14/03/2019) 

    ( reeditado) 

    (Brasília-DF, 15/03/2019) Os governadores do Nordeste criaram nesta quinta-feira, 14, em São Luís (MA), um consórcio interestadual de desenvolvimento sustentável que envolverá os nove estados da região. A ideia é promover uma constante troca de experiências e a realização conjunta de diversas ações que melhorem a colaboração, compartilhamento de informações, coordenação de dados e as políticas de integração.

    Em relatório apresentado pelo procurador-geral da Bahia, Paulo Moreno Carvalho, o consórcio está sendo instituído para que haja uma articulação e uma mesma "visão sistêmica" que venha tornar os mais variados serviços prestados pelos estados a população de maneira mais eficiente. Segundo ele, o consórcio permitirá a "fusão de recursos" para que todos os estados possam promover o desenvolvimento da região.

    Inicialmente, o consórcio dos nove estados nordestinos atuará em infraestrutura, desenvolvimento econômico e social, ciência, tecnologia e inovação, segurança pública e administração prisional e meio ambiente.

    Na infraestrutura, o consórcio pretende atuar na construção e manutenção de portos, aeroportos, rodovias e hidrovias. Sejam elas para a interligação interestaduais, ou apenas dentro dos próprios estados como uma melhor malha viária nas regiões metropolitanas que permitirão mais mobilidade.

    Governadores falaram à imprensa após o evento que teve Flávio Dino como anfitrião 

    Estão previstas atendimento nas obras de comunicação, energia, petróleo, gás e combustíveis, saneamento e, sobretudo, interligação nas estruturas hídricas.

    FINANCIAMENTO

    Para que o consórcio alcance seus objetivos, será criado um fundo que garantirá as ações e parcerias público-privada dos nove estados. E também outros quatro fundos, todos ligados a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), voltados para investimentos gerais (FIP), imobiliário (FII), inovação social (FIIS) e de estruturação de parcerias (FIEP).

    "Esse consórcio será uma grande ferramenta de gestão e compartilhamento de projetos e ideias, de apoios mútuos, como recentemente fizemos no Ceará. Uma grande ferramenta de redução de custos para cada Estado", falou o governador da Bahia, Rui Costa (PT) que foi escolhido como o primeiro presidente do consórcio dos estados nordestinos.

    POSIÇÃO

    No encontro, os gestores nordestinos apontaram, ainda, que são contra alterações no Estatuto do Desarmamento. O tema, uma das promessas de campanha do presidente Jair Bolsonaro (PSL), voltou a ser destaque após os assassinatos de dez estudantes numa escola pública da grande São Paulo, acontecido nesta última quarta-feira, 13.

    "Entre as decisões de hoje destaco a criação do Consórcio Nordeste; a defesa do Estatuto do Desarmamento; a rejeição à diminuição de despesas com saúde e educação; a defesa dos direitos dos mais pobres diante da Reforma da Previdência", tuitou o governador maranhense – anfitrião da reunião, Flávio Dino (PCdoB).

    Eles se reuniram em momento mais à vontade, sob o sol da histórica São Luís

    "O dia de hoje marca um momento histórico. Todos os governadores do Nordeste reunidos para a criação do Consórcio Nordeste. Uma iniciativa capaz de articular políticas de atuação conjunta entre os 9 estados, otimizando as gestões em prol do desenvolvimento de toda a região", manifestou a governadora potiguar, Fátima Bezerra (PT).

    "Vamos assinar o Consórcio Nordeste, uma iniciativa para firmar parcerias, otimizar resultados e economizar recursos financeiros. Com ele poderemos, por exemplo, realizar compras compartilhadas", escreveu o governador do Piauí, Wellington Dias (PT).

    "Não vamos deixar de discutir o fundamental, que é o futuro da nossa região, do nosso país, diante de tanta instabilidade que vem ocorrendo nos últimos anos, e que continua a se perpetuar", falou o governador pernambucano Paulo Câmara (PSB).

    "Temos muitas discussões nacionais a serem enfrentadas, e o Nordeste quer contribuir, como sempre contribuiu, para a melhoria do Brasil. É preciso se fazer a verdadeira discussão sobre o pacto federativo, e não é simplesmente propondo desvinculação de orçamentos que se vai rediscutir de verdade a relação entre governo federal, estados e municípios", complementou o socialista Câmara que aproveitou para criticar as propostas do governo Bolsonaro para a economia e para a previdência.

    "O Fórum de Governadores do Nordeste tem se consolidado como um momento importante de se discutir e avaliar o momento político do Brasil e fortalecer as políticas públicas para o País e o Nordeste dentro daquilo que é consenso. Este consórcio chega também para nos fortalecer e unificar ainda mais a região", disse o governador do Ceará, Camilo Santana (PT).

    "Tivemos a oportunidade de formalizar e assinar o protocolo de criação do Consórcio Nordeste e nos posicionamos em relação à reforma da Previdência e itens que estão sendo colocados na pauta nacional; esse é o papel do Fórum que tomou decisões por unanimidade", comentou o governador da Paraíba, João Azevedo (PSB).

    "O Consórcio vai ser uma ferramenta extremamente importante para facilitar a vida dos governos. Um exemplo, de repente se precisa fazer uma licitação para a aquisição de medicamentos, que muitas vezes é tão complicada. Via consórcio, vai facilitar, diminuir o preço e, automaticamente, se faz com que todos acompanhem. Isso é apenas um exemplo, o consórcio é bastante amplo, faz com que trabalhemos em conjunto", declarou o governador de Sergipe, Belivaldo Chagas (MDB).

    O governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), não compareceu ao evento. Apenas enviou o vice-governador, Luciano Barbosa (MDB), como seu representante.

    (por Humberto Azevedo, especial para Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)


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