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Nordestinas
  • 15/06/2018 08h00

    ELEIÇÕES 2018 - “Nós vamos governar com os melhores”, afirma Marina Silva, para quem o povo deve acabar com governos de troca de favores

    Pré-candidata à Presidência da República pelo partido Rede diz adversários, como Dilma, usaram de má-fé na campanha de 2014
    Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem

    Marina Silva em entrevista a rádio nordestina

    ( Publicada originalmente às 17h 40 do dia 14/06/2018) 

     

    (Brasília-DF, 15/06/2018) ”Nós vamos governar com os melhores dos partidos, da sociedade e do Brasil” (...) “Não tenho preconceitos contra os partidos” (...) “Eu não acho que nos partidos todas as pessoas são corruptas” (...) “Tem pessoas muitos boas na academia, nos movimentos sociais, nos empresários”.

    As declarações são da ex-ministra do Meio Ambiente e ex-senadora Marina Silva, pré-candidata à Presidência da República pelo partido Rede Sustentabilidade, em entrevista concedida nesta quinta-feira, 14, à Radio Jornal de Pernambuco.

    Na entrevista, Marina lembra que foi alvo de críticas e desdém por parte dos seus adversários, nas eleições presidenciais de 2014, que usaram de fé para com ele. E cita o caso da ex-presidente Dilma Rousseff, que chegou a dizer que “Presidência não é lugar para coitadinhos”.

    Marina Silva critica também o governo Michel Temer e o que ela chama de “presidencialismo de degradação”, de troca de favores. E revela crença de que o povo vai acabar com esse tipo de governo nas eleições de outubro deste ano. Ele também discorre pontos do seu programa de governo – os das campanhas de 2010 e de 2014, e do atual, de 2018. Eis alguns trechos da entrevista.

    Novo programa de governo

    “Nós partimos do partido dos programas de governo de 2010 e de 2014. A Dilma/Temer, ganharam a eleição sem apresentar um programa. E o Aécio apresentou um pedaço do programa na última semana do 1º turno. Eu apresentei um programa, que precisa ser atualizado. Naquela situação de 2014, nem eu nem o Eduardo (Campos) sabíamos que o Brasil estava indo para o fundo do poço, como agora se encontra. Há atualizações necessárias. Naquela época nós tínhamos lima situação de pleno emprego, com 5% da população desempregada. Agora, quando se soma os 13 milhões de desempregados, 4,6% milhões que já desistiram de procurar emprego e os que estão vivendo no subemprego dá 25 milhões de pessoas numa situação de penúria. Esse Brasil é outro. Antes, tínhamos um País em que se tinha tirado cerca 40 milhões da pobreza. Agora essas pessoas já voltaram, porque por trás de cada emprego tem pelos menos 3 pessoas desempregados. Multiplica 3 por 25 milhões para se ver a quantidade de pessoas.”

    Independência/Banco Central

    “Numa reunião, o Eduardo campos com o Marcos Lisboa, e isso foi documentado, e o senador Roberto freire saiu da reunião relatando, de que eles acharam que melhor a institucionalização da independência do Banco Central. Eu divergi na reunião, com Eduardo Janete, mas prevaleceu a posição do candidato. Eu nunca defendi essa posição. Mas era um programa mediado, quando aconteceu aquela tragédia (queda do avião, com morte de Eduardo Campos), foi mantido o programa. Hoje a nossa posição é que o Banco Central deve ter a sua autonomia operacional, mas não precisa institucionalizado. O que não pode é usar politicamente o BC. Ele tem que controlar a inflação, cuidar da nossa moeda.”

    Má fé/adversários

    “Houve uso político por parte dos nossos adversários, de má fé, não só em relação a isso (independência do BC), como de vários outros assuntos. Mas Deus é tão bom que a realidade depois desmascarou aqueles que me fazia acusação. Porque hoje, quem tirou a comida da boca dos trabalhadores, com certeza não foi eu. Foram aqueles que, além da corrupção, levaram ao Brasil para esta situação de crise que nós estamos vivendo hoje.”

    Desdém de Dilma

    “Lembrada de que na campanha de 2014, ela foi severamente bombardeada pelos adversários, com a ex-presidente Dilma Rousseff, que chegou a dizer que “Presidência não é lugar para coitadinhos”, Marina Silva foi taxativa. “Não estou magoada. Graças a Deus eu me oriento por princípios e valores. E eu tomei uma decisão: eu prefiro sofrer injustiça do que praticar uma injustiça. Isso é uma escolha e quando a gente faz uma escolha, a gente banca. Eu hoje ando pelo Brasil afora de cabeças erguidas e as pessoas dizem para mim: ‘É, falaram tantas coisas erradas e agora eles é que fizeram.”

    Bombardeio/marqueteiro do PT

    “Eu me lembro que disseram que foi feito um programa que se eu ganhasse sofreria impeachment. Naquela época, como estávamos em aliança com o PSB tínhamos apenas 37 deputados. E o João Santana (marqueteiro do PT), com aquele dinheiro roubado da Petrobras, dos Fundos de Pensões, de Belo Monte, da Caixa Econômica, do Banco do Brasil, mais de 70 milhões para campanha milionária deles com dinheiro de caixa 2, fez um filme mostrando que como a gente só tinha 37 deputados e para a provar uma Emenda Constitucional precisava de um quórum qualificado de parlamentares, a Dilma dizia que eu sofreria impeachment. Olha o que aconteceu. Não é a quantidade, mas a qualidade. A capacidade de liderar, dialogar, de convencer. “

    Presidencialismo de degradação

     “Esse presidencialismo que acha que vai aprovar as coisas no Congresso na base do toma lá, dá cá, acabou. E acabou com o Brasil. Se ganharmos, teremos um governo programático. Nós vamos compor a maioria no Congresso e no Governo com base no programa. Eu não tenho preconceitos contra partidos. Mas pessoas competentes também existem fora nos partidos. Tem pessoas muitos boas na academia, nos movimentos sociais, nos empresários. Ao compor o governo com base no programa, você acaba com o toma lá, dá cá. Veja o que aconteceu na Alemanha, e que está acontecendo na Itália. O Brasil tem que acabar com esse presidencialismo de degradação, onde quem compõe o governo é para ir para uma diretoria para fazer o que fizeram com a Petrobras.

    Governar com melhores

    “Nós vamos governar com os melhores dos partidos, da sociedade e do Brasil, porque este é um momento de unirmos o Brasil em favor daquilo que a gente quer. E eu não acha que nos partidos, todas as pessoas são corruptas.”

    Mudança/povo

    “Se eu for eleita sociedade já estará fazendo essa mudança. Estará dizendo: ‘Nós estamos elegendo uma pessoa que diz que vai compor a maioria no governo e no Congresso com base no programa”. E tenho a certeza que muita gente, que está no banco de reserva, vai entrar em campo para esse novo Brasil. Tem muita gente boa que não se corrompeu no PT, no MDB, no PSDB, em todos os partidos. Tem gente boa e gente ruim também. Os que estão no banco de reserva, a sociedade brasileira vai convocar para entrar em campo. Já se fez muita bola fora com o povo brasileiro. Agora é bola na rede.”

    Sustentabilidade

    “Não me preocupo só com sustentabilidade, como me acusam. Mas também com saúde, educação, segurança, transporte, infraestrutura... As pessoas falam essa questão da sustentabilidade, é porque elas não sabem. E quando a pessoa não sabe, ás vezes ela critica sem saber. Desenvolvimento sustentável não é só meio ambiente. Ser sustentável na economia, é ter uma economia que cresce para não ter esse desemprego que temos. Ser sustentável na infraestrutura é não ficar dependendo de um único moldar para quando ter uma greve de caminhoneiros acontecer isso que aconteceu. Ser sustentável do ponto de vista do financiamento é ter também uma linha de crédito para uma dona de casa colocar o seu negócio, mas ela não consegue, porque foi dado para o Eike Batista - R$ 9 bilhões dado para ele queimar, isso é insustentável. “

    Saúde, educação, segurança

    “No nosso programa de governo já trabalhava a ideia de educação integral e de qualidade, um plano nacional de segurança pública. Já tínhamos uma proposta para conter os gastos públicos, pois hoje temos uma dívida pública que é desagregadora dos investimentos estratégicos que precisamos fazer, dinheiro que mal gastos pois não entrega para sociedade o que ela precisa.”

    Infraestrutura

    “Tínhamos um programa para infraestrutura para não acontecer o que acontecer agora. Um País do tamanho do Brasil com 8 milhões de quilômetro quadrados, com 200 milhões de habitantes, com uma única forma de fazer o transporte, que é o rodoviário, quando a gente pode ter diferentes moldais, combinar rodovias-ferrovias-hidrovias.”

    (Por Gil Maranhão. Agência Política Real. Edição: Genésio Jr.)


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