( Publicada originalmente às 19h00 do dia 13/06/2018) 

Por Genésio Araújo Jr

(Brasília-DF,14/06/2018) A disputa eleitoral no estado de Pernambuco tem tudo para ter grande impacto nas eleições nacionais. 

O estado foi um dos que mais cresceu no Nordeste nos bons anos da década passada e foi um dos que mais perdeu força nos últimos anos com a crise econômica do fim do governo Dilma Rousseff, além de ser a terra natal da maior liderança pessoal da política brasileira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba(PR), há mais de 2 meses e com muitas dificuldades para disputar a eleição presidencial deste ano. 

Nessa segunda-feira,11, a chamada oposição lançou candidatura ao Governo e ao Senado e na semana que vem o Partido dos Trabalhadores(PT) deverá decidir se lança candidato ao governo pernambucano ou se apóia o PSB do governador Paulo Câmara.  O estado de Pernambuco é um dos que mais teve ministros no governo do Presidente Michel Temer. O acordo PT e PSB, um dos partidos mais desejados para compor chapas nas eleições presidenciais deste ano - poderá definir o futuro de várias eleições em alguns estados, além do Nordeste, como o importante estado de Minas Gerais.  O PSB tem nas lideranças pernambucanas uma de suas referências.

LANÇAMENTO

Nessa segunda-feira, 11, foi anunciada, em coletiva,  no Hotel Recife, parte da chapa da oposição. 

O senador Armando Monteiro Neto(PTB-PE) anunciou que será candidato ao Governo de Pernambuco.  O deputado Mendonça Filho(DEM-PE) anunciou que será candidato ao Senado. Ainda falta definir o outro candidato ao Senado. O posto de vice-governador na chapa da oposição, foi anunciado, será indicado pelo PSDB. Participaram da coletiva  ex-ministros do Presidente Temer, além de Mendonça Filho, que ocupou o Ministério da Educação, estiveram no evento o deputado Bruno Araújo(PSDB-PE), ex-ministro das Cidades, o deputado federal Fernando Bezerra Coelho Filho(DEM-PE), ex-ministro das Minas e Energia, e o senador Fernando Bezerra Coelho(MDB-PE).  Pernambuco além dos dois teve o ministro da Cultura, o deputado Roberto Freire(PPS-SP), e tem o ministro extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann(PPS).

Além do PTB, Democratas e PSDB deverão apoiar a chapa oposionista o Podemos, PPS, PRB.  O Avante do deputado Sílvio Costa(Avante-PE) não está no momento na chapa, apesar de pessoalmente já ter anunciado apoio ao petebista.  Costa quer ser candidato ao Senado, porém as oposições ainda não definiram se irão fechar com o Avante para a segunda vaga. Há expecativas entre os oposicionistas a Paulo Câmara que algum partido ou grupo governista insatisfeito acabe indo para às oposições.

Fontes ligadas as oposições informaram à Política Real, que existem pesquisas que revelam uma rejeição da ordem de 60% a 70% ao Governo Câmara.

VISÃO PETISTA

O senador Humberto Costa(PT-PE), líder da Oposição no Senado, foi à tribuna do Senado dizer que pesquisas publicadas em Pernambuco apontam um apoio de 60% para a candidatura do ex-presidente Lula ao Planalto e tratou de criticar partidos de oposição ao Governo Câmara. Costa defende que o PT feche apoio a Câmara e retire a pré-candidatura da vereadora Marília Arraes(PT-PE) ao Governo de Pernambuco; na semana que vem o PT deverá definir o que fará. Hoje, a tendência é de que o PT feche com Câmara. Costa seria candidato à reeleição ao Senado. O deputado federal Jarbas Vasconcelos(MDB-CE) disse em entrevistas as rádios Jornal do Comércio e Rádio Jornal que não teria dificuldades de votar em Costa ao Senado. 

Humberto Costa criticou poiadores do Governo Temer e tende a apoiar o PSB de Câmara

Humberto Costa tratou de dizer no plenário do Senado, também, que os ex-ministros de Temer não citaram o nome do Presidente da República no lançamento da pré-chapa.

“É difícil defender o indefensável. No lançamento de uma chapa em Pernambuco repleta de aliados do governo federal, ninguém, absolutamente ninguém, citou o nome de Temer. Já seria um absurdo o fato. Porém, mais do que isso, foi uma grande prova de ingratidão, porque ali estavam três ex-ministros do presidente no pós-golpe de 2016”, afirmou.

Segundo o parlamentar, o mesmo sumiço dos defensores de Temer ocorre no Senado, onde ele não vê mais os apoiadores do medebista discursando a favor das medidas do Palácio do Planalto. O líder da Oposição observa, porém, que ainda há alguns ministros na Esplanada, “completamente alienados e possivelmente sofrendo com surto psicótico”, que falam, de peito cheio, em defesa de “legado do governo”.

“Ora, o legado de Temer é a destruição de direitos, como os que foram retirados pela reforma trabalhista, e de programas sociais exitosos, como o Minha Casa Minha Vida e o Farmácia Popular. A única coisa que esse golpista levou para Pernambuco foi desemprego, desalento e miséria. É por isso que é tão detestado”, ressaltou.

O líder da Oposição lembra que todas essas conquistas estão se perdendo, e a tendência é piorar ainda mais por conta da PEC do Teto dos Gastos. Até o Tribunal de Contas da União (TCU), sublinhou hoje o parlamentar, condenou a proposta de Temer, por considerar que ela vai paralisar as contas públicas no futuro.

“Nós denunciamos vivamente aqui o absurdo que seria essa medida, responsável por congelar os investimentos públicos pelos próximos 20 anos. Os aliados de Temer incensaram essa medida como salvadora do país e das contas públicas. Agora, são confrontados pelo próprio TCU sobre os alcances nefastos dessa lei, que só tem trazido mais miséria ao Brasil”, disparou.

( GAJr é coordenador editor da Política Real)