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Nordestinas
  • 21/03/2018 09h00

    CAE cria grupo de trabalho para analisar os spreads bancários

    Senador Armando Monteiro explicou que o cenário econômico se mostra favorável para avançar na agenda de redução dos spreads
    Foto: Roque de Sá/Agência Senado

    Representantes de instituições de crédito estiveram na CAE debatendo spreads bancários

    ( Publicada originalmente às 17h 41 do dia 20/03/2018) 

     

    (Brasília-DF, 21/03/2018) A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal criou um grupo de trabalho para analisar os spreads bancários, seus custos e como a margens de intermediação financeira afeta as taxas de juros cobradas dos clientes. De acordo com o senador Armando Monteiro (PTB-PE), a agenda dos spreads é necessária para estimular a redução das margens no país.

    "Isso se dará através de um processo de incentivo à concorrência no sistema financeiro. Quanto mais concorrência nesse ambiente, teremos mais reduções nas taxas de juros", contou o senador. "A audiência que faremos [na CAE] vai se dedicar a estudar esse processo. É com essa visão e essa agenda que estamos focando o trabalho desse grupo".

    Segundo o parlamentar, a intenção do grupo não é intervir no mercado livre e sim criar mecanismos para criar uma maior concorrência.

    "Portanto a solução se dará a partir do próprio mercado, porque temos a constatação de que o mercado é muito concentrado. Cinco bancos respondem por 80% do crédito no Brasil, e é fundamental desconcentrar o mercado", ressaltou. "E há de se estabelecer também um marco regulatório para estimular novos players; No Brasil, precisamos ter um marco adequado que também estimule o cooperativismo de crédito e que, por outro lado, estabeleçam mecanismos para que não se exija das pequenas cooperativas de crédito o mesmo que exigem das grandes instituições".

    Armando pontuou que não basta apenas que um projeto sobre o tema seja apresentado, mas sim todo um diálogo com o Executivo e Banco Central. "O Banco Central tem um papel insubstituível", reforçou.

    CADASTRO POSITIVO

    O senador falou também do Cadastro Positivo, pela estimulação da redução da taxa de juros. O Cadastro ajuda o cidadão ser reconhecido como bom pagador, mostrando como as contas são pagas e as dívidas que podem ser feitas. Para Armando, ele foi introduzido de forma equivocada no país.

    "O Senado deu uma contribuição para aperfeiçoar este instrumento. O projeto encontra-se na Câmara e se for implantado, nós vamos poder contar com esse instrumento que é muito importante e que consiste fundamentalmente em discriminar o bom pagador: quem paga e tem um bom histórico de crédito deve ter ", comentou.

    O QUE É SPREAD

    O spread bancário é nada mais do que a diferença entre os juros que o banco cobra ao emprestar dinheiro e a taxa que ele mesmo paga ao captá-lo. Este valor varia de acordo com a operação e depende dos riscos. Normalmente é mais alto para pessoas físicas do que para empresas, e o Brasil tem um dos maiores spreads bancários do mundo.

    Cerca de 1/3 do total do spread bancário é lucro. Mesmo com a queda da taxa de juros, em meados de 1999, o spread brasileiro ainda se manteve em patamares elevadíssimos — para efeitos de comparação, nos anos 2000 situava-se em cerca de 120%, enquanto países como México, Argentina, Chile e EUA tinham 3%, 6%, 3% e 3%, respectivamente, na Zona do Euro. Em outros estudos, há evidências de que a incerteza do ambiente macroeconômico também pode explicar os altos spreads bancários e, segundo Oreiro et al., entre os fatores macroeconômicos a considerar, destacam-se a elevada volatilidade da taxa de juros, o nível da taxa básica de juros Selic e o nível de atividade econômica.

    (da redação)


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