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Nordeste em Manchete
  • 27/05/2016 09h53

    ESPECIAL DE FIM DE SEMANA – Cássio diz que Michel Temer assumiu governo complexo sem transição, como “alguém que tem que trocar o pneu com o carro andando”

    Em entrevista exclusiva, o líder do PSDB no Senado falou sobre a nova gestão federal e o relacionamento com o Congresso Nacional
    Beto Barata/Agência Senado

    Cássio pede tempo para Michel Temer poder mostrar a que veio

    (Brasília-DF, 27/05/2016) O presidente da República, em exercício, Michel Temer se depara com a dificuldade que é ter assumido um governo complexo como é a administração de um país como o Brasil sem qualquer transição, segundo o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima.

    “É como alguém que tem que trocar o pneu com o carro andando”, avaliou Cássio Cunha Lima (PB). “E aí é natural que algumas pessoas terminem não compreendendo bem algum excesso aqui, algum erro acolá”, complementou o senador.

    Cássio Cunha Lima concedeu entrevista exclusiva à Agência Política Real, na quarta-feira, 24, para falar do Governo Michel Temer e também da relação do Executivo atual com o Congresso Nacional.

    Na visão do senador da Paraíba não se pode perder de vista que o tempo é de minuto do presidente interino Michel Temer no Palácio do Planalto.

    “O que é importante é sempre ter em mente que o atual mandatário não tem dez dias úteis de mandato. E que não se pode cobrar em um tempo tão curto como se já estivesse no governo há dois, três anos”, frisou.

    Tempo ao tempo

    Nesse contexto, o líder tucano ressalta que o momento requer menos açodamento e mais paciência para com o Governo Federal interino. E, além disso, manter apoio incondicional às operações da Polícia Federal.

    “O que mais precisamos nesse instante é dar tempo ao tempo para ver se as coisas realmente funcionem, continuar apoiando a Operação Lava Jato, o funcionamento das instituições e dar um crédito de confiança ao presidente em exercício, isso é um crédito que dado a todo o país.

    Cuidado com base aliada

    O governo Michel Temer estima contar com uma base aliada em torno de dois terços dos parlamentares no Congresso Nacional.  Pelo menos esse é o cálculo, de ministros do atual governo interino, externado, logo após votação da admissibilidade do processo de Impeachment da presidenta Dilma Rousseff em ambas as Casas, Senado e Câmara dos Deputados.

    Os ânimos ficaram mais animados dentro do Palácio do Planalto e na Esplanada dos Ministérios quando houve a aprovação do meta fiscal deficitária em sessão do Congresso Nacional nesta semana. Considerada um teste em princípio para Michel Temer e uma primeira vitória do Palácio do Planalto no Legislativo.

    A Agência Política Real quis saber do líder do PSDB no Senado, se há veracidade na avaliação do tamanho dos aliados de Cássio Cunha Lima. Ele ponderou que pode ser algo verdadeiro, mas não é eterno.

    “Não se pode em berço esplêndido confiar que é uma realidade imutável. O governo deu sinal de vitalidade, de força, ao aprovar a revisão da meta fiscal. Mas não pode achar que isso é um patrimônio permanente irreversível duradouro”, explicou.

    “Atenção constante”

    Cássio Cunha Lima é cauteloso. Ele recomenda “atenção constante” na relação em primeiro lugar com a sociedade. “Não dá mais para fazer qualquer governo desassociado das ruas e também nessa relação que deve ser mantida politicamente com o Congresso Nacional”, avaliou o senador da Paraíba.

    O Senado vive momento de turbulência com a divulgação de gravações em áudio comprometedoras produzidas pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. O teor dos áudios atingem mais diretamente caciques históricos do PMDB, como o ex-presidente José Sarney e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Além disso, encontra-se em andamento comissão em estágio processante de Impeachment da Presidenta afastada Dilma Rousseff.

    Em meio ao festival de grampos divulgados, e ainda desdobramentos da Operação Lava Jato, o Poder Legislativo não poderá reduzir suas atividades, prejudicando a votação de matérias importantes para o Governo Michel Temer.

    Afinal, Michel Temer e sua equipe econômica dependem de aprovações de matérias fundamentais no Congresso Nacional.

    É o caso da Desvinculação de Receitas da União (DRU), que é um mecanismo que permite ao governo federal usar livremente 20% de todos os tributos federais vinculados por lei a fundos ou despesas. E, claro Michel Temer corre contra o tempo para mostrar serviço ao povo brasileiro.

    Expectativa

    Na visão de Cássio Cunha Lima, entre ações importantes esperadas para os próximos dias é  “tentar desobstruir a pauta legislativa, fazer com que as votações voltem a funcionar. Eu acho que a expectativa é essa”, afirmou.

    Questionado se a sociedade está ciente de que há um esforço no sentido de fazer tanto a política quanto a economia virarem a página para novos tempos e melhores, Cássio Cunha Lima foi taxativo. “A sociedade está cada vez mais madura, mais atenta, mais vigilante e vai acompanhar tudo isso de perto”, concluiu.

    (Por Maurício Nogueira, para Agência Política Real. Edição: Genesio Araújo Jr.)       


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