( Publicada originalmente às 15h 03 do dia 19/02/2019()

(Brasília-DF, 20/02/2019) A Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização, Controle e Defesa do Consumidor (CFCT) do Senado aprovou no início da tarde desta terça-feira, 19, um convite para que o ex-secretário-geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno, possa comparecer ao colegiado e prestar esclarecimentos sobre sua demissão do cargo acontecida na noite desta segunda-feira, 18.

No convite, feito pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da legenda, apresentado na forma de requerimento, os senadores se colocam a disposição também para ouvir Bebianno sobre as acusações feitas contra ele de repassar R$ 400 mil como presidente interino do PSL, durante o processo eleitoral de 2018, a uma candidata de Pernambuco que teve menos de 300 votos. A origem dos recursos pertence ao Fundo Partidário a que a legenda tinha direito.

ENTENDA O CASO

Bebianno foi demitido após um desgaste que durou mais de uma semana. Ele é a primeira baixa entre os integrantes do novo governo que completa nesta quarta-feira, 20, 50 dias à frente da administração federal. No dia 11, ele afirmara que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) estava a par sobre as acusações que lhe pesavam como dirigente do PSL. Inclusive, afirmando que tinha conversado com o presidente no domingo, 10, quando Bolsonaro ainda estava internado no Albert Einstein se recuperando da cirurgia reparadora no intestino. Só que tal afirmação foi repelida pelo filho do presidente, o vereador carioca Carlos Bolsonaro que o chamou de “mentiroso” nas redes sociais. No dia 12 o próprio presidente, utilizando suas redes sociais, retuitou o tuíte do filho e corroborando que o então ministro estava mentindo.

CONTRÁRIOS

O convite foi aprovado por sei votos a cinco. Os senadores que se posicionaram contra a aprovação do convite para que Bebianno fale a comissão foram o líder do PSL na Casa, Major Olímpio (SP), Juíza Selma (PSL-MT), o líder do DEM no Senado, Rodrigo Pacheco (MG), Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) e Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).

EXPLICAÇÕES

Presidente do colegiado, o senador Rodrigo Cunha (PSDB-AL) enfatizou que a CFTC “tem competência para ouvir qualquer autoridade e qualquer cidadão”. Entretanto, como é um convite, caberá ou não ao ex-ministro considerar se aceita comparecer na comissão.

Rodrigo Cunha é o presidente da Comissão de Fiscalização do Senado

“Houve um requerimento feito pelo senador Randolfe Rodrigues no sentido de ouvir o então ministro Gustavo Bebianno, agora ex-ministro, sobre assuntos que ele mesmo tornou público nas redes sociais. A maioria dos membros aprovou esse requerimento. Então vamos ter um convite oficial feito pela CTFC ao ex-ministro Gustavo Bebianno”, comentou o tucano.

DESDOBRAMENTOS

Mas por volta das 14h15 desta terça, a revista “Veja” publicou uma série de áudios fornecidos por Bebianno que comprovam que o então ministro conversou, sim, com o presidente Bolsonaro sobre a acusação de repassar R$ 400 mil do Fundo Partidário do PSL a uma candidata “laranja”.

(por Humberto Azevedo, especial para Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)