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  • Contato Brasil, 20 de abril de 2024 09:08:58
Genésio Jr.
  • 01/09/2019 15h23

    Chegou setembro!

    Entramos essa primeira semana de setembro sob grande expectativa em torno da Operação Lava Jato

    Bolsonaro e Moro vai enfrentas das suas em setembro ( Foto: Folha -Uol)

    (Brasília-DF) Começou o 9 mês do ano. Se o mês de agosto é o da tragédia na vida pública brasileira, podemos dizer que o de mais grave para nossa imagem internacional foi a crise das queimadas.

    Todo mundo que conhece essa região do planeta sabe que esse tipo de coisa acontece nessa época do ano, mas não resta dúvida que nossa crise fiscal aliada a sinalizações feitas pelo governo, uma boa dose de exagero e aproveitamento político, especialmente de líderes externos, fizeram com que nossa imagem internacional fosse terrivelmente atingida.

    Não dá para querer fugir da realidade, estamos pintados de vilões no Planeta. O Brasil vai ter que trabalhar muito para esquecer, vencer,  esse agosto de 2019.

    As últimas pesquisas internas apontam que a maioria dos brasileiros apoiam a preocupação internacional com nossa mata, desaprovaram a forma como o governo lidou com a coisa e o governo que tinha uma avaliação negativa de 19% em fevereiro chega 39,5% neste mês. No que se trata da avaliação do Presidente Bolsonaro , a aprovação recuou de 57,5%  para 41%, enquanto a desaprovação foi de 28,2% para 53,7% de fevereiro a agosto. As pesquisas da Datafolha e CNT-MDA, respectivamente, são a cara desse agosto.

    Entramos essa primeira semana de setembro sob grande expectativa em torno da Operação Lava Jato. O Presidente da República já avisou que vai vetar artigos da nova Lei de Abuso de Autoridade e, para tristeza de alguns setores, não irá fazer veto total do texto.  Chegamos setembro sob grande dúvida em torno do futuro da maior operação combinada entre Polícia Federal, Ministério Público Federal e Justiça Federal contra a corrupção de alta patente no Brasil. Houve grande satisfação da sonora maioria dos brasileiros ao ver gente graúda presa, revelada como artífices de grande atentado à coisa pública nacional.

    Não resta dúvida que isso não se dá à toa. Ações em todos os poderes se juntaram para frear a Lava Jato que se transformou, goste-se ou não, num poder à parte no Brasil. Isso desagrada, naturalmente. Os erros dos agentes da Lava Jato ajudaram em muito a esse momento. O atual presidente da República, que foi eleito com o apoio fundamental da Lava Jato, não esconde mais que não quer dar mais poder a PF, enfim, não quer dar mais independência para o Ministério Público e aos próprios valores da famosa operação que nasceu em Curitiba, lá no Paraná.

    Setembro chega assim, nos enchendo de expectativas. Pela primeira vez existe algum tipo de parceria entre o Executivo e o Legislativo, depois do destravamento de indicações políticas no Executivo. A chegada da proposta de Lei Orçamentária Anual 2020, a primeira do novo governo, fará com que essa sintonia se estabeleça de forma mais evidente.

    A perda de popularidade do Governo e do Presidente neste momento chave para a Lava Jato associada com algum tipo de formação de base parlamentar deverá nos proporcionar uma nova dinâmica, apesar  de estar consolidada a convicção de que a postura presidencial de enfretamento não mudará. 

    Esse novo momento será especialmente relevante. Com isso, possíveis derrotas do Presidente envolvendo seus filhos Eduardo Bolsonaro e Flavio Bolsonaro ficam cada vez mais improváveis. Os números econômicos divulgados ao final da última semana de agosto, com redução da desocupação e o indicativo de que não deveremos ter recessão no Brasil, tendem a dar fôlego para dar sequência ao ano.

    Analistas experientes avaliam que o governo só deverá apresentar grandes movimentos mais adiante. A economia tende a garantir um PIB muito próximo do último do ano do Governo Temer e as ações de fôlego devem se dar ao final do primeiro trimestre de 2020, é o que muitos apostam.

    Quanto a Bolsonaro!  Ele tende a continuar unindo os seus ultrarradicais contando que o leve retorno da atividade econômica vai lhe dar gordura suficiente. Será que vai dar certo?! Boa pergunta!

    Por Genésio Araújo Jr, jornalista

    Email: [email protected]  

     

     


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