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  • Contato Brasil, 25 de abril de 2024 20:22:39
Genésio Jr.
  • 03/06/2018 16h00

    O tamanho de nosso desafio

    Os nordestinos, tão importantes nas definições eleitorais que praticamente anunciam presidentes da República, estão em que patamar nessa discussão toda?

    Eduardo Campos dizia que Nordeste é solução para o Brasil

    (Brasília-DF) Passada a agonia nacional da paralização dos caminhoneiros(um locaute para muita gente) veio, logo em seguida, a renúncia-demissão do engenheiro Pedro Parente do comando da Petrobras.

    Não é porque houve mudança no comando da maior estatal brasileira, que ,face suas decisões estratégicas, acabou unindo boa parte dos governistas e toda a oposição, que temos o direito de deixar de lado o tamanho de nosso dilemas estratégicos. É natural que venha o questionamento sobre lições que poderíamos tirar disso tudo.

    Muita tente já faz contas.  A turma da infraestrutura lembra que o modal brasileiro das ferrovias já foi predominante e destacado neste país, outros salientam que mesmo com o modelo sobre rodas de caminhões poderíamos ter algo mais dinâmico com investimentos internacionais.  Se formos pela questão de Estado, temos que enfrentar uma redefinição corajosa tanto no modelo federativo como na formulação tributária.  Por outro lado, verificamos como nossos pretensos líderes nacionais nos deixaram a descoberto.

    A classe política tratou de desancar o Governo Federal. É fácil bater num governo impopular, sem ter nada para colocar no lugar.  Os governadores nordestinos, o maior bloco de políticos-gestores que atua em concerto foram bastante infelizes.  Os presidenciáveis, em geral, ou foram omissos, oportunistas ou audaciosamente imprevidentes.  Não raro, vimos avalições rasas, lugares comuns feitos como se fossem torcedores ordinários analisando jogos da seleção brasileira.

    Tem uma questão bem relevante.  Os nordestinos, tão importantes nas definições eleitorais que praticamente anunciam presidentes da República, estão em que patamar nessa discussão toda?  O falecido governador de Pernambuco, Eduardo Campos, cunhou uma frase que virou referência na sucessão presidencial de 2014.  O Nordeste não é um problema para o Brasil, é a solução”.  Muitos outros usaram( ou ousaram?) depois a fala do pernambucano. 

    O Nordeste nessa questão não pode ser considerado um empecilho para a reforma do Estado e muito menos para uma redefinição de nossas apostas em infraestrutura.  Em verdade, de início, seria copo meio cheio e meio vazio.

    Nossos políticos são os que mais defendem a presença de Estado. Durante a crise de 2008/2009 tínhamos um superávit em commodities que permitiu a “ Saída Lula”  para a crise daqueles anos. Mas, ficou evidente que não daria para fazer aquilo sem um colchão como tínhamos à época.  Reforma de Estado coloca em questão como vemos a presença do poder estatal não só no Nordeste, mas em todo o país.  Os governadores nordestinos são os que mais criticam qualquer reforma tributária, pois exigem compensações. Desconfiam de qualquer fórmula. 

    Por outro lado, as apostas em infraestrutura ferroviária que existem na região são as mais interessantes e ousadas que existem não só no país, mas em toda a América Latina: Transnordestina e a Fiol(Ferrovia Oeste Leste).  Já tínhamos a Norte-Sul, iniciada no final dos anos 80. 

    É verdade, que a Transnordestina se transformou num grande problema ,antes de virar uma solução, mas está servindo, mais que uma quebra de braço entre o governo e os empreendedores que ficaram com o modal, a CSN, de Benjamim Steinbruch – para medirmos desafios.  A experiência nordestina é uma referência para o Brasil.

    Por outro lado tem a Petrobras.  O que fazer com a estatal? Temo que as eleições presidenciais voltem a tratar essa questão de forma rasteira.  Direita e Esquerda se unem em usar a estatal como moderadora dos preços dos combustíveis; ainda está nebuloso como tratar as necessidades da estatal e sua situação monopolista em vários momentos na cadeia dos hidrocarbonetos. A estatal prometeu, por decisão de seu maior controlador, colocar três refinarias no Nordeste durante a década passada.  Os nordestinos tiveram sonhos adiados(ou seriam realidades postas?).

    Ficou evidente que foi uma promessa demagógica. Ficaram as rusgas. Até hoje, setores da sociedade nordestina se preparam para aqueles sonhos lulistas.  Muitos vão insistir nas promessas do passado como forma de animar corações e mentes saudosas de um tempo que nunca foi possível, três refinarias no Nordeste!

    Quem imagina que uma paralização de um setor da economia brasileira iria nos obrigar a tanto!? Imagine!

    Por Genésio Araújo Jr

     

    Email: [email protected]

     

     


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