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  • Contato Brasil, 28 de março de 2024 19:34:29
Genésio Jr.
  • 10/09/2017 14h10

    O cerebral Palocci, o mercurial Geddel

    O que isso tudo poderá influenciar na política nordestina é incomensurável

    Antonio Palocci se mostra senhor do seu destino mesmo no seu ocaso(Foto: site Dias de Lira Acontece)

    (Brasília-DF) Há assunto para todas as medidas na cena política nacional.

    Essa será a última semana de Rodrigo Janot à frente da PGR. A assustadora montanha de dinheiro no “bunker” de Geddel Vieira Lima não vai sair de nossas mentes. Foi decretada a prisão de Joesley Batista e Ricardo Saud. Houve a delação do doleiro Lúcio Funaro. Vieram as denúncias contra os “quadrilhões” do PP, PT e PMDB. Houve o testemunho explosivo do ex-ministro de Lula e Dilma, autor da “Carta aos Brasileiros”, Antonio Palocci. Assim como a provável chegada de mais uma denúncia contra o Presidente Michel Temer, agora por obstrução à Justiça.

    O que isso tudo poderá influenciar na política nordestina é incomensurável. É bom partimos da premissa que a classe política nordestina no Congresso Nacional já deu provas de que apoia o atual governo. Tem um Presidente para chamar de seu, como já foi colocado por aqui. Por outro lado, a maioria dos governadores nordestinos é de críticos ou notórios apoiadores da ideia de que houve um golpe no Brasil. São três governadores do PT, um dos PC do B e outro do PSB – um total de 5 dos 9 governos estaduais -, que são apoiadores de Lula e que  defendem sua candidatura ao Planalto. Há mais dois governadores do PMDB que também preferem Lula. Enfim, uma severa contradição. Esse conjunto de atores políticos , aparentemente desordenados, possuem vários interesses em comum na luta pela sobrevivência.

    Geddel Vieira poderá viver pesadelo de Michel Temer( Foto: Nexo Jornal) 

    É inegável que existe um consórcio entre esses grupos para que a Lava Jato ganhe muito mais que um freio de arrumação. As trapalhadas de Rodrigo Janot deram esse ânimo para que essas lideranças nordestinas, mesmo que com interesses diversos, se mantenham próximas.

    Por incrível que pareça, virá da capacidade de organização do impopular Presidente Michel Temer o principal artífice que irá fazer com que esses grupos tão diversos e tão unidos enfrentem seus mais sérios desafios. A retomada da atividade econômica só não é mais óbvia pois ainda não se tem clareza sobre o retorno do investimento privado, até porque do setor público pouco se pode esperar com um déficit que avançou para R$ 159 bilhões neste ano de 2017. O aumento da arrecadação virá, mas há duvidas se chegará antes do início do primeiro trimestre de 2019.

    Há poucas dúvidas de que as agruras de Temer devem minorar e as dificuldades das oposições, especialmente da petista e dos apoiadores de Lula, deverão avançar. Existem duas delações em mira face os últimos acontecimentos, ambas de dois ex-ministros de Lula, uma certa, do paulista Antônio Palocci, e outra possível, do baiano Geddel Vieira Lima. Ambas devem ser devastadoras.  Tanto um como o outro são muito próximo de Lula e de Temer, respectivamente.

    Palocci é cerebral, Geddel é mercurial. O autor da “Carta aos Brasileiros”, fundamental para a eleição de Lula em 2002, decidiu falar o que pretende no momento que escolheu. Geddel, se falar, acabou sendo posto no momento que o escolheram. Já se contabilizava que Geddel iria viver o que vive, não se esperava o que a Palocci se apresentou.

    Palocci era visto como o homem bomba para os poderosos que afiançaram os governos do PT, parece que não seguirá o roteiro; Geddel poderá ser o homem bomba dos políticos, sabe-se lá se irá cumprir o seu script.  Palocci decidiu ser senhor do seu destino, não se sabe se Geddel saberá ser dono do seu.

    Por Genésio Araújo Jr, jornalista

    e-mail: [email protected]  

     


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