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  • Contato Brasil, 28 de março de 2024 07:00:32
Genésio Jr.
  • 09/07/2017 12h01

    Uns jogam com os pés, outros com as mãos

    Tentar responder essas perguntas surge como um pretencioso jogo de gato e rato. O rato se comporta como gato escaldado e o gato como uma ratazana de esgoto

    Parece coisa fantástica - gato e rato não se reconhecem( foto: imagem de You tube)

    (Brasília-DF)  Em Brasília, desde quando começou a crise política a partir das revelações da conversa entre o empresário Joesley Batista e Michel Temer, a cena tem sido cíclica. Uma semana o presidente Michel Temer está no chão, na outra ganha uma sobrevida e dá impressão que, ancorado na economia, tem alguns avanços. A semana passada terminou com a certeza de que teremos um novo presidente em menos de 3 anos.

    Como a elite política nordestina vai lidar com um momento político que, em tese, dá mais fôlego ao PT e seus aliados mais à esquerda? Como ficará essa mesma elite política, incluindo as elites sociais, encastelada no Estado e corporações?  Qual o futuro dos interesses nordestinos, se assim se pode dizer, com um possível novo governo que seguiria até 2018?

    Tentar responder essas perguntas surge como um pretencioso jogo de gato e rato. O rato se comporta como gato escaldado e o gato como uma ratazana de esgoto. Parece até livro fantástico de Gabriel Garcia Marquez. O Brasil está todo assim - fantástico, fanático e fantasmagórico.  Deixando de lado o jogo de palavras que mais conturba que esclarece, vamos tentar alguma coisa!

    A elite política nordestina não vai ficar de fora da primeira turma dessa arrumação. A declaração do senador Tasso Jereissati(PSDB-CE), presidente interino do PSDB, é a cara desse jogo pesado que tem atletas que falam mais do que jogam. Tasso é nome famoso dos tucanos, grande empresário ligado a corporações internacionais e dialoga e atua com a grande elite que está conectada com o que se chama “Mercado”.  Boa parte dessa outra elite está à frente de pequenos e médios partidos que compõem o grupamento político chamado “centrão”, que é o mais forte hoje na política brasileira. Para onde essa gente for, o barco tomba ou apruma!

    Todos esses grupamentos políticos não têm condições de funcionar como interlocutores entre Brasília e a maioria do eleitorado nordestino.  No passado, isso funcionava bem, hoje não. Pesquisas de todas as cores apontam que o ex-presidente Lula faz essa interlocução sem precisar dos políticos e suas elites.  A tendência hoje é que o insucesso do grupamento que hoje manda em Brasília, e poderá continuar mandando com um Governo Rodrigo Maia, seja elevado em progressão geomética, pelo menos no Nordeste.

    Partidos como o PC do B, PDT, Rede, Psol e, até, o PSB – no Nordeste – devem crescer em suas bancadas, especialmente na Câmara Federal numa provável eleição de 2018. O sucesso de Lula não significa o sucesso do PT como partido no Nordeste. É bom lembrar que a maioria dos governadores nordestinos são de partidos que fazem oposição ao Governo Federal. Como a maioria das bancadas nordestinas dão apoio ao Governo Federal foram ofertados a governos estaduais que não têm compromisso político nenhum, tanto com Temer como um eventual Governo Maia, um razoável fôlego.

    O cenário favorece uma Oposição que sabe o que faz, ao mesmo tempo que desmobiliza quem alega que precisa colocar a casa em ordem.

    Os atores estão jogando o bom e o velho futebol do poder. Uns com os pés, outros com as mãos.

    Boa semana a todos!

    Por Genésio Araújo Jr, jornalista

    E-mail: polí[email protected]


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