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- Contato Brasil, 25 de abril de 2024 13:17:00
(Brasília-DF) A vida pública brasileira é tão intensa que já se especula sobre o que virá. Aguarda-se como Governo, Oposição e a Sociedade vão agir de agora em diante. É tudo tão intenso que se especula como facetas de cada um desses grupamentos vai atuar! Porém, não dá para deixar de avaliar o julgamento da Chapa Dilma-Temer e seus personagens, e sua implicação sobre o poder no Nordeste, nossa conhecida e destacada preocupação.
Antes disso, precisamos rever aqui algumas referências, pois muitos, e as mídias sociais estão aí para dar a medida – questionam duramente a Justiça e seus agentes. A Justiça passou a ser vista como o grande agente social depois do julgamento do Mensalão e os grandes resultados que vem gerando a Operação Lava Jato. A Justiça, como outros poderes na democracia, nem sempre faz o que a maioria acha que deve fazer! A Justiça, por ser o último bastião democrático, não precisa se curvar a Opinião Pública. Nem sempre isso é bom, às vezes trágico. O caso mais emblemático se deu ao fim da República de Weimar quando a supremacia do Partido Nacional Socialista, o Partido Nazista, dominava tudo e a famosa Justiça Alemã não se colocou contra o morticínio judeu e contra minorias. A Opinião Pública majoritária convalidava aquilo e a Justiça se curvou à barbárie.
Tivemos um embate célebre no julgamento da chapa Dilma-Temer entre o ministro Herman Benjamim e o ministro Gilmar Mendes. Muitos avaliam que a ética foi derrotada pelo poder, muitos ficaram seduzidos pela performace do encantador ministro Herman. Ele usou e abusou da mais moderna vertente jurídica, que se serve dos princípios de direito, sem juridiquês, o latim empolado - falando o que o povo entende. Leve e tênue se contrapunha ao aparentemente enfezado e quase petrificado Gilmar Mendes.
Não sei por quais cargas d’água me lembrei do embate da antiguidade entre Heitor e Aquiles ,pouco antes da batalha que fez os gregos – espartanos, especialmente - derrubarem Tróia. Heitor era a cara da ética, grande guerreiro de seu tempo, em nome da dignidade, da família e de Tróia, enfrentou Aquiles, ambicioso e movido a soldo, também grande guerreiro. Todos sabem, Aquiles venceu Heitor. Quem lê a obra monumental de Heródoto, “Ilíada”, percebe claramente, e ele era grego – que ele via essa disputa entre o bom Heitor e o mau Aquiles. A vitória de Aquiles foi fundamental para o sucesso greco-romano que ajudou a formar a cultura ocidental.
Não quero dizer que Gilmar seja um Aquiles e Herman seja um Heitor. As proporções da história são únicas, tanto que não podem ser refeitas. Mas avalio que a Justiça não precisa e nem deve ser vista como salvadora da Pátria.
Prometi que o assunto era Nordeste, nessa arrumação toda, faltou espaço. Mas foi impressionante como nordestinos, ou influenciados pelo Nordeste também, tenham sido, como na política, fundamentais nesse histórico julgamento. Herman Benjamin é paraíbano, Napoleão Nunes, é cearense, e Gilmar Mendes é influenciado por uma nordestina e cearense, sua mulher Guiomar!
Seja na política, seja na Justiça, os que vieram da região onde nasceu o Brasil, sempre têm algo para embalar e mexer com esse País!
Boa semana todos.
Por Genésio Araújo Jr, jornalista
e-mail: polí[email protected]