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  • Contato Brasil, 24 de abril de 2024 22:14:59
Genésio Jr.
  • 28/05/2017 13h59

    Eles querem rebocar e não serem rebocados

    Vimos a crise da JBS chegar aos estados e há quem diga que chegará ao Judiciário, sem pena e dó, nesta semana

    Eunício Oliveira já disse que o Senado não vai ficar em segundo plano com a Câmara( Foto: agência senado)

    (Brasília-DF) A semana passada foi a segunda da crise da delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista. Se esperava que Brasília iria parar. Não parou. Vimos instituições como CNI e CNA pedirem a continuidade das reformas, enquanto a OAB pediu o Impeachment do Presidente Temer. Houve o quebra-quebra na Esplanada dos Ministérios e prisões de ex-governadores e ex-vice-governador de Brasília. Houve liberação para o Exército ir às ruas, assim como uma intensa articulação dos partidos com assento no Congresso Nacional em torno de um nome para, eventualmente, em caso de vacância, ocupar o lugar de Michel Temer.

    Vimos a crise da JBS chegar aos estados e há quem diga que chegará ao Judiciário, sem pena  e dó, nesta semana.

    Como estão os principais agentes políticos com os pés e corações nordestinos?  Uma confusão desse tamanho não poderia deixar de ter esse gente em destaque.

    O senador Tasso Jereissati(PSDB-CE), presidente em exercício do PSDB, ganhou proeminência ao enquadrar o PSDB e conseguir tocar a Reforma Trabalhista mesmo sofrendo na mão do PT e aliados. Avançou a semana a Reforma Trabalhista, mesmo com tantos solavancos, começou a se especular que o senador alagoano Renan Calheiros(PMDB-AL) trabalhava para atuar com destaque na eventual escolha de um nome para suceder Temer ; a impressão era de tudo teria que passar por seu crivo e parecer.

    Outros nordestinos importantes, como o senador pernambucano Romero Jucá, eleito pelo PMDB de Roraima, deixou Renan Calheiros isolado e o ex-presidente José Sarney, trazido para perto de Temer, virou seu conselheiro. Temer agiu para isolar o articuladíssimo Calheiros.

    O senador Eunício Oliveira(PMDB-CE), que estava apagado e recolhido, pela condição de Presidente do Congresso foi o primeiro a dar aquela sensação que nada estava parado. Todas as votações que comandou funcionaram e percebendo a articulação forte que vinha da Câmara dos Deputados, deixou claro, mesmo negando conversações, que numa possível eleição indireta o voto dos senadores não seriam minorados. Disse que a eleição, se houvesse, seria em dois turnos na casas legislativas.

    Os partidos de centro, hoje grandes no Congresso, como PP, PSD e PR, atuam unidos. Esses partidos não são todos controlados por nordestinos, porém o maior bloco na Câmara é comandado pelo PP, presidido pelo piauiense Ciro Gomes. Apurei que esse grupo deve agir unido e tem simpatia por Rodrigo Maia, mas tende a ficar com Temer até a undécima hora. Eles podem suceder o comando da Câmara dos Deputados.

    A tendência hoje é que a elite nordestina dê pleno apoio a uma saída combinada para a crise e não vai dar suporte aos pedidos de PEC da Diretas ou coisa que o valha. Sabem que é hora de protagonismo às vésperas de uma eleição geral de 2018, muito dura, improvável e difícil.

    A elite política nordestina sabe que Lula é forte com seu eleitorado, mas não querem acordo com ele, a não ser em poucos casos. Temem que numa eleição direta e geral corram o risco maior que a medida, com espaço para os outsiders. Não querem ficar a reboque, querem rebocar.

    Por Genésio Araújo Jr

    e-mail: [email protected]


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