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  • Contato Brasil, 25 de abril de 2024 17:35:01
Genésio Jr.
  • 27/11/2016 12h08

    O jogo ficou difícil!

    Mesmo que o Governo fosse robusto, haveria severas implicações. O caso foi grave. Calero ficou com a cara da nova política e Geddel com a face da velha política, do PMDB mas que caiu como uma luva ao defenestrado PT e seu parceiros.

    (Brasília-DF) Quais as implicações diretas e imediatas da mais severa crise política do Governo Michel Temer após a denúncia feita por Marcelo Calero e a consequente queda de Geddel Vieira Lima?

    Vamos à política geral e nordestina, seus vínculos e nós! Já escrevi por aqui e acolá, que os políticos nordestinos, mineiros e paulistas são os mais preparados para o “concerto” político brasileiros. Fora desse quadrado se corre muito risco! Os gaúchos são próprios para a guerra, para o enfrentamento. O chefe da Casa Civil de Michel Temer, o ex-deputado e várias vezes ministro, Eliseu Padilha, seria o mais mineiro dos gaúchos, certamente!

    Em tese, a saída de Geddel cria um problema na articulação política.  O ex-ministro baiano, mesmo com as mudanças grandes no Congresso Nacional nos últimos anos – só em 2014, tivemos 46% novos deputados eleitos – sabia como poucos como se move as coisas no Parlamento.

    A queda de Geddel gera espaços na política do maior estado do Nordeste, a Bahia. Já se falava, abertamente, por lá que qualquer acordo político na Bahia teria que passar por ele. Os tucanos locais, que têm articulação nacional, sabiam disso. A política baiana está efervescente e terá influência não só sobre o Nordeste, mas sobre o Brasil.

    Não podemos esquecer que a Oderbrecht é uma empresa nascida na Bahia. A dúvida é saber qual a geração da política e da economia baiana que não é influenciada pela empresa. Não podemos esquecer outras implicações.  A maioria dos Estados do Nordeste são comandados por políticos que fizeram oposição ao Impeachment, tem até um peemedebista nesse meio. Dos 9 estados da região, existem 3 petistas, um dos PC do B e um peemedebista – cinco ao todo – que têm imensas dificuldades de aceitar o acordo proposto pelo Ministério da Fazenda e o Governo Federal com vista a apoiar a PEC dos Gastos e a Reforma da Previdência como tem sido proposto.

    É possível dizer que essa crise Calero-Geddel tem capacidade de gerar dificuldades sem fim. Além da coordenação política e econômica, volta a colocar luzes sobre a questão social, face a crise no Parlamento com a articulação tanto na Câmara como no Senado com vista ao caixa 2 e a responsabilidade de juízes e promotores, ou até um pedido de Impeachment contra Michel Temer.

    A bancada nordestina tem relação com esses governadores e seus traumas, porém existe um sentido de sobrevivência em jogo que contrapõe ambos os lados.  Os governadores precisam sobreviver a crise  econômica e fiscal, enquanto os parlamentares precisam sobreviver mais a crise moral e ética. É verdade que a delação do fim do mundo, da Oderbrecht, poderá juntar muitos deles. 

    Quem conhece Brasília, sabe que a crise Calero-Geddel tem capacidade de atingir tudo isso. Mesmo que o Governo fosse robusto, haveria severas implicações. O caso foi grave. Calero ficou com a cara da nova política e Geddel com a face da velha política, do PMDB mas que caiu como uma luva ao defenestrado PT e seu parceiros.

    Tudo que tem cara de velho, e o próprio Presidente Temer entra nisso, vai sofrer com isso. Se a economia estivesse melhor, tudo seria mais suportável. O PSDB vai ser fundamental para que o jogo não desande, mas nesse ponto os nordestinos pouco vão influir, nessa peleja os paulistas e mineiros vão carregar o piano!  Jogo duro pela frente!

    Por Genésio Araújo Jr, jornalista

    Email: [email protected]   


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