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  • Contato Brasil, 20 de abril de 2024 02:21:13
Genésio Jr.
  • 31/10/2016 17h39

    Surge uma boa pergunta!

    Foi interessante ver partidos de esquerda tomarem rumos diversos. O PSB, talvez, tenha sido o que chamou mais atenção, junto com o PDT

    (Brasília-DF) As eleições municipais de 2016 chegaram ao fim!  As eleições mais nacionalizadas e diferentes dos últimos anos.

    No Nordeste, região onde nasceu o Brasil e que tem sido decisiva para eleger os últimos presidentes da República, tivemos segundo turno em cinco capitais: São Luís(MA), Fortaleza(CE), Recife(PE), Maceió(AL) e Aracaju(SE).  Houve disputas também, além das capitais, em três cidades pernambucanas, em uma do Ceará e outra da Bahia

    Os resultados todos já sabem, porém independente das muitas avaliações, e movimentos que virão a partir dos resultados, ficamos frente à frente de algumas obviedades que em política nada tem de simples.  O PMDB que foi o partido que elegeu mais prefeituras não conseguiu eleger nenhum prefeito nas capitais nordestinas. O PSDB, que teve muitas dificuldades nos anos de força do PT no Nordeste, elegeu duas capitais – no caso de Teresina(PI), numa vitória de primeiro turno, temos um verdadeiro “case político” que deve ser compreendido pelo partido e pela sociedade como um todo.

    Ao PT, era muito importante a vitória na disputa em Recife(PE), que vem a ser a capital do Nordeste. A cidade voltou a ter o protagonismo do passado e está mais próxima de todas as capitais nordestinas. Seria um ponto de partida para qualquer disputa presidencial. Lula, se estiver em condições de disputa, iria agradecer muito ter a cidade como ponto de partida. Não deu! 

    O PDT ganhou relevância, com derrotas e vitórias, nessas eleições nordestinas. A região Nordeste vem a ser onde o Governo Temer sofre mais resistências e chamou atenção que partidos que até pouco tempo eram aliados, como o PC do B e o PSB ou PMDB e PT estivessem em lugares opostos nessas eleições de segundo turno. Além Nordeste, vimos muitas parcerias entre partidos que se engalfinham em Brasília, mas que se unem na busca dos votos municipais. No Nordeste, não foi assim, cada macaco em seu galho, com exceção de alguns típicos partidos de centro como PP e PSD, especialmente. 

    Foi interessante ver partidos de esquerda tomarem rumos diversos. O PSB, talvez, tenha sido o que chamou mais atenção, junto com o PDT. O PDT no Maranhão e no Rio Grande do Norte fizeram todo tipo de apostas. O PSB navegou em águas tortuosas em Pernambuco, Paraíba e Ceará.  Tanto PDT como PSB não possuem grandes lideranças históricas a lhes conduzir, porém mesmo assim acabaram crescendo. Isso dá sinais de que há espaço para uma Nova Esquerda além Lula.  Quem conhece o PSB sabe que o partido vive uma grande encruzilhada após a morte de Eduardo Campos, a agremiação, no ano que vem, define novo comando e essas eleições municipais vão falar alto!

    O PDT, descaracterizado de seu passado, deve se voltar às pretensões do polêmico Ciro Gomes, que já foi candidato a presidente da República duas vezes.  Ciro não tem DNA de esquerda, mas a retórica lhe ajuda em tempo ruim. 

    Os partidos que apoiam o Governo Temer ganharam a maioria das capitais e cidades nordestinas que foram ao segundo turno dessas eleições, porém o PMDB não foi decisivo.  O que isso quer dizer!? Ainda é pouca coisa, pois como o Nordeste é a região do Brasil que mais precisa do Estado, como um todo, nada garante que as grandes dificuldades que terão os novos gestores será boa conselheira. Cada uma dessas cidades têm suas particularidades, mas aqui para nós - com um PT atordoado, quase levado ao chão, surgem condições para surgir uma nova esquerda?!

    Uma das boas perguntas que nos apresentam!

    Por Genésio Araújo Jr, jornalista

    e-mail: [email protected]

     

     

     


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