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Misto Brasília - Por Gilmar Correa
  • 23/01/2018 15h07

    Cenário barra pesada

    Indicadores mostram que 2018 será intenso com o protagonismo da política da velha prática

    O principal evento do ano será as eleições gerais de outubro/Arquivo/CargosEleições

    Muita gente acredita em milagres. Acreditar faz bem pra alma, mas os primeiros dias de janeiro mostram que o ano vai desafiar os principiantes. Vejamos alguns indicativos:

    01 – O governo federal vai jogar bruto para ganhar a parada da votação do texto da reforma da Previdência em fevereiro ao usar a estrutura do Estado para esse fim, como linhas de créditos da Caixa Econômica Federal (olha o que disse o ministro Carlos Marun). Ah, não esqueça das velhas práticas fisiológicas.

    02 – Ainda no Congresso, não será surpresa se uma enorme pizza for servida quando casos como o de Paulo Maluf e Celso Jacob, dois parlamentares condenados presos, tiveram o mandato preservado pelo plenário. Nesta semana, o ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR), disse que a prisão de Maluf foi uma “grande injustiça”. É bom lembrar que de todos os requerimentos apresentados em 2017 no Conselho de Ética da Câmara, nenhum foi pra frente, assim como no Senado, que arquivou por duas vezes a investigação contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG). E o caso mais emblemático: os dois pedidos de investigação contra Michel Temer foram para lata de lixo.

    03 – Vale uma pizza quem acertar como vai acabar o caso de Lula da Silva no Tribunal Regional Federal da Quarta Região. Condenado na primeira instância da justiça federal, Lula da Silva é a tábua de salvação de gentes do PT ou fora dele, como o clã dos Sarney, no Maranhão, ou o enroladíssimo senador Renan Calheiros, em Alagoas. É este pessoal do PMDB que o PT faz seus acordos. O sujo falando do mal lavado será a cantilena em todo o processo político-eleitoral que já está em andamento.

    04 – No âmbito da Justiça, não será surpresa que mais jabuticabas tupiniquins sejam plantadas em pés de mandiocas. O Supremo Tribunal Federal foi promissor nesta seara no ano passado e, com certeza, não será diferente em 2018. E aja criatividade para o Tribunal Superior Eleitoral, que salvou Temer e Dilma Rousseff. Alguém lembra?

    05 – Nos governos estaduais, há mais balaio de gatos do que a vã imaginação possa acreditar. Administrações falidas se equilibram sobre o arame do populismo. Segurança, saúde e educação nunca estiveram tão ruins. Sobre a segurança, o comandante do Exército, general Villas Boas, tratou de botar a cumbuca no seguro. Disse que está errado tropas federais fazerem a segurança pública e que o setor deveria ser “prioridade zero”. Não é há muito tempo e, portanto, essa cantilena é velha demais para sensibilizar o eleitorado.

    06 – Não se surpreenda se antigos caudilhos da política retornaram ao batente partidária, seja por eles mesmos ou por seus parentes. As eleições de outubro podem até mudar alguns nomes, mas os eleitos vão representar o sistema. E aí vale mais uma vez ler o número “três” deste texto. Nem mesmo as eleições na América Latina terão novidades. Ou seja, novas forças políticas emergem, mas uma figura estabelecida ganha.

    07 – A área econômica do governo cantará de galo, mas a economia vai engatinhar neste ano. A geração de emprego será mínima, e o “salve-se quem puder”, mais uma vez, será o cotidiano de milhares de trabalhadores. 


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