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Misto Brasília - Por Gilmar Correa
  • 23/01/2018 15h04

    O ano que ainda não terminou

    Cenário dos velhos problemas que vem desde 2015 e que serão repetidos em 2018

    É preciso acender muitas velas para ter esperanças em 2018/Arquivo

    Neste mesmo dia 26, em artigo publicado neste espaço no ano passado, informava que o ano de 2015 não havia terminado. Doze meses depois, pelo que se viu, muita coisa se repetiu.

    A inflação fecha 2017 como uma das baixas da década, mas o desemprego é a preocupação de quase 14 milhões de desempregados. Em 2016, eram 12 milhões e 23 milhões com emprego precário.

    Sobre isso, escrevi no dia 26-12-2016: “Estudos do Ipea preveem que nesta área, infelizmente, a situação deve piorar”.

    O rescaldo dos fatos deste ano envolvem basicamente economia e política. Apesar do Henrique Meirelles - o ministro da Fazenda que se assanha candidato à presidente da República -, dizer que tudo vai melhorar, não é dessa forma que vai acontecer. Meirelles não fez um plano para economia.

    O governo apenas baixou medidas para liberação de dinheiro que já era do trabalhador, como os recursos do FGTS e PIS-Pasep, por exemplo. De resto, só atitudes benevolentes para balizar o lucro dos bancos, que nunca caíram.

    A tal da reforma política não aconteceu. Muito pelo contrário, o Congresso Nacional buscou fortalezar um sistema podre que trará de volta os mesmos ou seus representantes - parentes que batem na mesma cantilena do atraso.

    As manifestações populares, que em 2015 mobilizaram milhões de brasileiros, ficaram no passado recente. O desânimo popular já se sentia ao longo de 2016, mas a classe política vive em outro mundo.

    Sobre reformas, é bom lembrar o atraso na legislação trabalhista que passou a vigorar a partir de novembro passado. E no Judiciário, o retrocesso é palpável no jogo que se faz com os poderosos investigados ou conenados.

    O teto de gastos previsto na PEC que rendeu muitos debates, vai mesmo provar sua eficiência em 2018. E pelo visto, até seus protagonistas da base governista vão sofrer na pele esse instituto que fez mesmo a graça do chamado mercado financeiro.

    O ano termina e começa outro com a discussão em torno da reforma da Previdência. Há uma unanimidade que ela é necessária, mas o Planalto e o senhor Meirelles enterraram o debate para preservar uma doutrina privatista.

    E lembro ainda do que foi dito neste mesmo espaço há dois anos e repetido em 2016: “Não há grande esperança. Fevereiro, após o Carnaval, promete agitar o Congresso Nacional e por extensão o Executivo e o Judiciário. Enfim, 2016 promete”. É, parece que 2015 ainda não vai terminar.

    Aumentou a conspiração contra a Lava Jato, o maior combate à corrupção da História do país, quando os políticos viraram alvo. A última prova foi a decisão de Michel Temer afrouxar a punição a corruptos condenados. 

    Tudo bem, alguém vai dizer que tem a Copa do Mundo e as eleições gerais de outubro. Não vejo mudanças no evento político. Talvez possamos ser campeões em julho, mas o fantasma do 7 a 1 ainda vai assombrar.


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