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Misto Brasília - Por Gilmar Correa
  • 21/05/2017 21h26

    Estamos saindo do fundo do poço

    O sistema econômico dá as cartas num cenário de incertezas com Judiciário e políticos desacreditados

    Uma oportunidade para novos olhos, novas esperanças/Arquivo/Reprodução

    É domingo à noite e vejo o noticiário e o que o Misto Brasília publicou nos últimos dias. As análises só levam a uma previsão certa: o impeachment do presidente Michel Temer levaria muito tempo e seria extremamente prejudicial ao país. O cientista político Bolívar Lamounier chegou a imaginar um cenário de 16 milhões de desempregados ao final do processo.

    Algumas conclusões (minhas):

    01 – Foram os interesses de grandes companhias e políticos que geraram um movimento contrário aos interesses do Brasil. Esta crise recrudesceu a partir de 2015. Estava em gestação anos antes, com o assalto claro e aberto sobre o Estado brasileiro. Um conluio político apoiado por segmentos como o sistema financeiro.

    02 – Como a crise levou a um cenário incerto (por conta de uma série de variáveis), as forças econômicas decidiram agir para preservar os anéis e os dedos. A saída, naturalmente, dentro da cartilha de menor perda e, se possível com algum lucro.

    03 – A legitimidade do sistema político está em xeque pela sociedade. A falta credibilidade não nasceu nos últimos 15 anos, mas por uma sequência de erros, chantagens, oportunismos, anuência com a corrupção e falta de qualidade dos eleitos. É neste vácuo que cresce a força dos grupos financeiros e as oportunidades para novos atores, nem sempre alinhados aos valores que a sociedade exige.

    04 – A chamada esquerda se alinhou ao establishmen e as reformas e novas práticas ficaram pelo caminho dos discursos, entre o que queria o sistema vigente e um projeto que faliu, corroído pela corrupção sistêmica.

    05 – O Brasil não está indo para o fundo do poço. Estamos no fundo do poço. E esses pequenos passos com o julgamento público de personalidades é um belo sinal que podemos sair do buraco da moral pública.

    06 – Se a classe política quer emergir desta cloaca, precisa apresentar e concretizar propostas. Novas fórmulas, limpeza ética, agilidade na reforma política e encontrar uma solução rápida para destituição de Temer. Todavia, não vejo grandeza. Todos tem olhos para suas reeleições. E, assim, o trem segue.

    07 – Boa parte da sujeita segue para o Judiciário, também uma instituição desacreditada. Falar menos, agir mais e respeito à Constituição - como enfatizam os militares -, representa alguma esperança diante desse quadro de poucas certezas.

    08 – As redes sociais vieram para mexer com este cenário. Para o bem e para o mal. Para interesses de alguns, e contrariedade de outros. A Imprensa vive seu dilema, mas sem ela a democracia definha, acaba. 


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