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  • Contato Brasil, 29 de março de 2024 04:05:39
Humberto Azevedo
  • 23/01/2019 19h13

    Representantes da “nova política” se unem para enfrentar a “velha política”

    Marcel Van Hatten (NOVO-RS) de 33 anos é candidato à presidência da Câmara; O também novato Kim Kataguiri (DEM-SP) explica porque retirou sua candidatura e não apoia a reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ)

    Na foto de Najara Araujo (Câmara dos Deputados), os novatos recém chegados ao poder central já querem assumir papel hegemônico no debate público do país

    (Brasília-DF, 23/01/2018) Os representantes da “nova política” anunciaram nesta quarta-feira, 22, que estarão unidos para enfrentar o que chamam de “velha política”. E a primeira iniciativa será reunir forças para tentar fazer do novo deputado federal Marcel Van Hatten (NOVO-RS) o próximo presidente da Câmara dos Deputados.

    O NOVO elegeu uma bancada de oito deputados federais em outubro de 2018 e pretende se transformar na alternativa liberal-conservadora à candidatura do atual presidente da “Casa do Povo”, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que faz campanha para se reeleger ao posto para o biênio 2019-2020.

    Eleito com quase 350 mil votos de gaúchos na última eleição de outubro, o jovem parlamentar que nasceu em 08 de novembro 1985 diz que sua candidatura representa “de fato uma renovação no Congresso e que a população quis” ao se pronunciar no último pleito.

    “Essa é uma candidatura que se até ontem era uma candidatura do partido NOVO com oito deputados federais apoiando e [que] agora passa a ser aquilo que a gente queria que era uma candidatura do partido NOVO para o Brasil e os brasileiros que foram às ruas, que mudaram a situação do nosso país nos últimos anos, podem ter certeza com o apoio de outros que virão a frente e estamos trabalhando para isso a partir de agora. Essa aqui não foi apenas uma vitória. Mas uma grande vitória para que a gente possa chegar no dia 1º de fevereiro, dia da posse, com a vitória de verdade que é a eleição aqui para a presidência da Câmara dos Deputados”, falou Van Hatten que foi indicado pelos colegas de bancada líder do partido na Câmara.

     

    Agenda pró-mercado

    Para o também novato, deputado Tiago Mitraud (NOVO-MG), de 32 anos, a candidatura do colega de partido representa ainda os anseios por uma agenda favorável “às reformas, ao livre mercado e a abertura econômica que tanto a gente tanto precisa no Brasil”.

    “E depois a gente precisa de uma Câmara mais enxuta, mais eficiente, que funcione e entregue ao país aquilo que a gente precisa da Câmara dos Deputados. Foi com muita alegria que ontem (22) a gente recebeu o apoio da [então] candidatura do Kim Kataguiri, quarto deputado federal mais bem votado no Brasil nestas eleições de outubro do ano passado e que pensa de forma muito parecida conosco e que resolveu estar junto conosco nesta empreitada”, ilustrou Mitraud.

    “Como o Tiago falou, eu retiro a minha candidatura e anuncio o apoio à candidatura do Marcel. Acho que não teria motivo para a gente manter a candidatura separada, pensando da mesma maneira e defendendo os mesmos ideais tanto de defender prioritariamente uma reforma previdenciária – que acho que é um dos carros-chefes que a gente precisa defender na Câmara e [que] o Marcel tem a plena consciência disso”, falou o também novo deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP), de 22 anos, que explicou os motivos que levaram retirar sua candidatura.

     

    Reforma administrativa

    A trinca de novatos que chega à Câmara dos Deputados a partir do próximo 1º de fevereiro pretende também promover uma “ampla reforma administrativa” na estrutura de uma das Casas que integra o Congresso Nacional.

    Eles querem a redução do número de cargos comissionados, a diminuição das comissões permanentes e “fazer muito mais veloz os trâmites da legislação”. “Nós precisamos menos das comissões especiais e que a gente passe pelas comissões permanentes para que [o processo] fique mais célere possível”, comentou Kataguiri.

     

    Sem apoio à Maia

    Indagado se sua filiação ao DEM não seria uma “traição” ao seu partido que aposta todas as fichas na recondução de Rodrigo Maia na presidência da Câmara, Kim disse que apesar do atual presidente da Casa apoiar a reforma da Previdência, ele não apoia “uma reforma administrativa como o Marcel defende”.

    “[Ele, Maia] também não representa e não tem um canal de comunicação tão direto com a população como o Marcel tem e eu acho que [isso] é necessário para aprovação de uma reforma previdenciária. A experiência que a gente teve com o governo Michel Temer foi com um foco na articulação política e um completo descaso com a parte da comunicação que fez com que a reforma não fosse aprovada”, justificou o novo parlamentar do DEM de SP.

    “Não interessa tão bem você se dê com deputados, se não for um bônus eleitoral, ele não vai colocar o dedinho dele e ir no microfone para dizer eu voto sim para a [reforma da] previdência, ele [parlamentar] não vai votar. Eu acredito que a gente possa fazer um trabalho de comunicação que o Rodrigo Maia infelizmente não tem a capacidade de levar para as redes sociais e para à imprensa um discurso que efetivamente esclareça para a população o que de fato é a reforma previdenciária e que ela é boa para o país”, complementou Kataguiri.

     

    Defesa do voto aberto

    Defensores de votações abertas nas deliberações de instâncias do Congresso Nacional, os novos parlamentares que chegam à “Casa do Povo” resolveram afinar o discurso de que esta mudança precisa ser feita ao longo do processo legislativo e não buscá-la com apoio de decisões judiciais.

    “Acho que a judicialização na política não é boa e se esta foi a decisão tomada, no dia 1º de fevereiro, após a eleição e se fomos discutir voto aberto ou secreto, nós temos o período legislativo para isso”, comentou Marcel Van Hatten.


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