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  • Contato Brasil, 28 de março de 2024 18:50:36
Humberto Azevedo
  • 20/06/2018 20h59

    CPI da Lava Jato será instalada, mas ainda não tem data definida

    Após o PT conseguir 190 assinaturas de deputados para investigar delações que teriam sido “compradas”, disputa política aumenta

    "O objeto da CPI deverá estender-se, por conexão, para ocorrência de irregularidades em sede de outras investigações, que estejam em desacordo com o quanto firmado na legislação", diz trecho do requerimento de constituição da CPI

    (Brasília-DF, 20/06/2018) A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará as supostas irregularidades realizadas ao longo das delações premiadas realizadas durante a operação Lava Jato será instalada. A decisão foi estabelecida nesta quarta-feira, 20, em reunião do colégio de líderes da Câmara. No entanto, a data de instalação ainda não está definida.

    Objetivamente a CPI irá investigar as delações premiadas que teriam sido “compradas”, como denuncia o ex-advogado da Odebretch, Rodrigo Tacla Duran, refugiado na Espanha. E é em torno desta pauta é que se deu uma imensa disputa política em torno da matéria.

    Dentro deste espectro está a acusação contra o advogado Fernando Zucolotto, amigo e padrinho do juiz federal Sérgio Moro, que seria um dos agentes responsáveis por fazer com que os delatores chegassem a um acordo proveniente com “pagamentos feitos por fora” com a cúpula da Lava Jato.

     

    Arrependidos

    Provocados pelo site “O Antagonista” do ex-colunista da “revista Veja”, Diogo Mainardi, como manobra petista para dar cabo a operação que começou em 2014 investigando os contratos superfaturados e de desvio de recursos na Petrobras, 49 deputados que assinaram a CPI correram para retirar suas assinaturas como forma de justificar as suas bases que não são contra a Lava Jato.

    Acontece que como o requerimento de criação da CPI já tinha sido entregue, o gesto dos parlamentares arrependidos não passou de disputa política para satisfazer seus eleitores que são favoráveis a operação promovida pela Justiça Federal instalada em Curitiba (PR).

     

    Disputa política

    Em vídeo postado em suas redes sociais hoje, o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), um dos arrependidos, afirmou que em reunião com o presidente da Câmara – deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) e com todo o colégio de líderes da Casa – ficou estabelecido que a referida CPI irá apurar aquilo que estaria combinado quando das assinaturas deles: “Nós fomos procurados pelo líder da bancada [deputado Arthur Lira] para assinarmos uma CPI [que investigaria] um escritório que vendia delações, ou comprava delações, para omitir da investigação da Lava Jato”, disse.

    No vídeo, o deputado do PP gaúcho acusa indiretamente – sem citar nominalmente o líder do PT, deputado Paulo Pimenta (RS) – de ter manobrado para colocar a operação judicial em risco. O material de Goergen foi compartilhado pelo líder da maioria na Câmara que apoia o governo Temer, deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES).

     

    Objeto da investigação

    Procurado pela reportagem para comentar as acusações do colega de bancada regional, o líder do PT falou através de sua assessoria de imprensa que não responderia aos ataques de disputa política. Informando apenas que no discurso pronunciado na noite desta última terça-feira (19) teria deixado claro que a CPI era apenas para investigar o esquema das delações.

    O objeto da investigação terá como “finalidade [...] as denúncias de irregularidades feitas contra Antônio Figueiredo Basto e outros, inclusive envolvendo escritórios de advocacia, ocorridas no âmbito de alguns processos de delação”. Segundo a assessoria do petista, “mente quem diz que assinou uma coisa e apareceu outra”.


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