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  • Contato Brasil, 25 de abril de 2024 05:51:44
Humberto Azevedo
  • 19/06/2018 21h15

    49 deputados pedem retirada de assinatura da CPI da Lava Jato após investigação ficar associada ao PT

    Pedidos de retirada de assinaturas serão indeferidos pelo presidente da Câmara; Anulação da CPI só acontecerá se 96 dos 190 parlamentares que assinaram apresentarem documento neste sentido

    A CPI da Lava Jato está nas mãos do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), um dos investigados da Lava Jato

    (Brasília-DF, 19/06/2018) 49 deputados que assinaram o pedido de instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as irregularidades na Operação Lava Jato pediram nesta terça-feira, 19, a retirada de suas assinaturas após serem pressionados por suas bases e por entenderam que a investigação será uma vitória política do PT.

    O pedido de instituição da CPI foi feito no dia 30 de maio. Ao todo, o líder petista na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), apresentou requerimento no sentido de apurar as supostas irregularidades da investigação que causou um tremor nas instituições políticas e econômicas do País contendo o apoio de 190 parlamentares. 19 a mais do que os 171 necessários.

    Mas a após o pedido de investigação ser associado como uma vitória política do PT contra os juízes, procuradores, promotores, delegados e policiais que estão à frente da Lava Jato, 49 deputados que foram a favor da CPI correram em massa para entregar os pedidos de retirada de suas assinaturas. Só que como o pedido de CPI já foi apresentado, as solicitações de retirada de assinaturas serão indeferidas pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com base nos dispostos do Regimento Interno da Casa.

    A saída para evitar que a referida CPI aconteça depende agora de dois fatores. Ou mais da metade dos que assinaram o pedido de CPI, 96 deputados, propõem um outro documento estabelecendo que não querem tal investigação sobre as supostas irregularidades da Lava Jato; ou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, um dos investigados da operação não instale a CPI.

    Nos bastidores, ambas possibilidades são descartadas. A maioria dos deputados que assinou o pedido de CPI quer que a investigação traga à luz os eventos que estão sendo colocados sob suspeição. Sobretudo após o depoimento do advogado Rodrigo Tacla Duran de ter anunciado que dispõe de provas, dentre outras, que demonstram que o advogado Carlos Zucolotto – amigo de Sergio Moro – teria cobrado pagamento "por fora" para "melhorar" um acordo de delação premiada. Tacla Duran é ex-funcionário da Odebretch e se refugiou na Espanha para evitar ser preso pela Lava Jato.

    Em pronunciamento na tribuna do plenário da Câmara, o líder do maior bloco de partidos com assento na Câmara – deputado Arthur Lira (PP-AL) – recusou estar associado aos interesses que poriam fim à Lava Jato. Disse que quer apenas esclarecer as possíveis irregularidades da operação - que paralisou o Brasil desde 2015 - possam ter sido cometidos. Como exemplo citou a realização da CPI que investigou as atividades ilícitas da JBS.

    Já o líder petista classificou o movimento de manada de deputados que pediram a retirada de suas assinaturas de algo que tinham concordado de motivação bizarra. Para ele, sites políticos com grande audiência como o “Antagonista” do ex-colunista da revista “Veja”, Diogo Mainardi, contribuiu para o efeito de tentar cercear a investigação sobre as supostas irregularidades da Lava Jato.

    “Veículos e movimentos da extrema-direita, como o blog ‘O Antagonista’ e o ‘Movimento Brasil Livre – MBL’ à frente, estão bombardeando a CPI das Delações, prestes a ser instalada na Câmara”, criticou.

     

    Listas

    Abaixo segue a lista dos deputados que pediram a CPI da Lava Jato e que “arrependidos” pediram a retirada de suas assinaturas.

     

    Favoráveis a CPI e que se “arrependeram”

            Rogério Rosso (PSD-DF);

            Vítor Valim (PROS-CE);

            Covatti Filho (PP-RS);

            Darcísio Perondi (PMDB-RS);

            Osmar Terra (PMDB-RS);

            José Rocha (PR-BA) – líder do partido;

            Giovani Cherini (PR-RS);

            Luiz Carlos Heinze (PP-RS);

            Flaviano Melo (PMDB-AL);

            Evair de Melo (PP-ES);

            Laura Carneiro (DEM-RJ);

            Gonzaga Patriota (PSB-PE);

            Goulart (PSD-SP);

            Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE);

            Carlos Henrique Gaguim (DEM-TO);

            Valdir Colatto (PMDB-SC);

            Roney Nemer (PP-DF);

            Toninho Wandscheer (PROS-PR);

            Alceu Moreira (PMDB-RS);

            Jorge Silva (SD-ES);

            Jerônimo Goergen (PP-RS);

            Jhontan de Jesus (PRB-RR);

            José Stédile (PSB-RS);

            Júlio Delgado (PSB-MG);

            Augusto Carvalho (SD-DF);

            Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC);

            Pompeo de Mattos (PDT-RS);

            Celso Maldaner (PMDB-SC);

            Rubens Bueno (PPS-PR);

            Paulo Foletto (PSB-ES);

            Lelo Coimbra (PMDB-ES) – líder da maioria;

            Moses Rodrigues (PMDB-ES);

            Junji Abe (PMDB-SP);

            Átila Lins (PP-AM);

            Marcus Vicente (PP-ES);

            Beto Mansur (PMDB-SP);

            Arnaldo Jardim (PPS-SP);

            Marcelo Delaroli (PR-RJ);

            Sandes Júnior (PP-GO);

            Benjamin Maranhão (PMDB-PB);

            Bebeto (PSB-BA);

            Valadares Filho (PSB-SE);

            Pedro Chaves (PMDB-GO);

            Renato Molling (PP-RS);

            Marcelo Matos (PSD-RJ);

            Assis Couto (PDT-PR);

            Osmar Serráglio (PMDB-PR);

            Herculano Passos (PMDB-SP);

            Rosângela Gomes (PRB-RJ).


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